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Trump e as tarifas: entenda os desafios econômicos e diplomáticos para os EUA e o Mundo

O presidente dos EUA, Donald Trump / Foto: Library of Congress / Unsplash
O presidente dos EUA, Donald Trump / Foto: Library of Congress / Unsplash

Especialista analisa os impactos das taxas no comércio global, efeitos sobre os consumidores americanos e as possíveis repercussões para o Brasil

As tarifas impostas pelos Estados Unidos estão gerando turbulência no comércio global e reacendendo debates sobre protecionismo e política externa. O governo Trump justifica a medida como um impulso à economia nacional e uma forma de pressionar países vizinhos a reforçarem o controle da imigração. No entanto, alguns impactos negativos podem surgir, atingindo desde o comércio internacional, até o bolso do consumidor americano.

De acordo com Glauber Lucena, professor do curso de Mestrado em Direito do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, ainda não há evidências concretas de que essas tarifas tragam benefícios reais para os Estados Unidos. “As medidas são muito recentes e ainda não temos provas de que esse tipo de tarifação trará benefícios no curto prazo“, afirma o professor. Ele destaca que, além do fator econômico, há uma estratégia política envolvida para pressionar México e Canadá no controle da imigração.

As novas taxas, que chegam a 25% sobre determinados produtos, poderiam incentivar o consumo de itens nacionais, tornando-os mais competitivos. Porém, ainda não há sinais concretos de que essa dinâmica seja confirmada na prática.

A medida de Trump também tem provocado desgastes diplomáticos entre os EUA e seus parceiros comerciais mais próximos, como México e Canadá. “A justificativa da Casa Branca, é de que esses países permitem a entrada de imigrantes ilegais. Esse tipo de declaração gera atritos institucionais, pois coloca em dúvida a postura dos governos canadense e mexicano em relação ao controle de suas fronteiras. Vale lembrar que o impasse pode dificultar futuras negociações e comprometer acordos comerciais“, explica Lucena.

Consumidores e indústrias: quem ganha e quem perde?

Embora a indústria americana possa ser beneficiada pelo protecionismo, os consumidores podem acabar pagando a conta. Segundo Lucena, o México e o Canadá são grandes fornecedores de alimentos para os EUA, que inclui frutas, vegetais, grãos e carnes.

Com a aplicação das tarifas, os preços desses produtos tendem a subir, elevando o custo de vida da população e pressionando a inflação. O principal prejudicado pode ser o próprio consumidor americano, que enfrentará preços mais altos para alimentos antes importados a custos mais baixos“, alerta.

A incerteza sobre os impactos das tarifas já levou à suspensão temporária de algumas delas, fruto da pressão internacional e de negociações diplomáticas para reforço da vigilância fronteiriça.

Tarifas de Trump e impactos no Brasil

O professor de direito do UNIPÊ, ressalta que caso os Estados Unidos ampliem suas tarifas para produtos brasileiros, o impacto pode ser significativo, isso porque o Brasil poderia adotar medidas retaliatórias, dificultando ainda mais as relações comerciais entre os dois países.

Se as tarifas forem aplicadas sobre produtos brasileiros, isso pode desencadear uma disputa comercial baseada exclusivamente em tarifas, sem as motivações políticas que influenciam as relações entre os EUA e seus vizinhos. Além disso, ao contrário do México e do Canadá, o Brasil não está envolvido na questão migratória, o que tornaria o embate puramente econômico“, pontua.

O que esperar do Futuro?

Lucena avalia que diante do risco de inflação e dos impactos políticos, existe a possibilidade de que as tarifas sejam revistas ou até revogadas, inclusive algumas taxações já foram flexibilizadas, e outras permanecem em análise.

Essas medidas tarifárias podem ser revistas ou até revogadas a qualquer momento, dependendo dos impactos observados na economia americana e da pressão de setores políticos e empresariais”, finaliza.

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