Confira artigo da Dra. Daniele Paixão Pereira, oncologista genética do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC)
O desenvolvimento de vacinas contra o câncer está transformando a abordagem da oncologia, oferecendo não apenas novas possibilidades de prevenção, mas também estratégias inovadoras para o tratamento de diferentes tipos de tumor. Essa revolução científica, que une avanços da genética e da imunologia, representa um marco na medicina moderna e uma promessa de melhores resultados para pacientes em todo o mundo.
As vacinas terapêuticas contra o câncer utilizam mutações específicas dos tumores como alvos para estimular o sistema imunológico a combater a doença de forma personalizada. Além disso, vacinas profiláticas, como as que previnem infecções por HPV e hepatite B, já têm papel comprovado na redução de tumores associados a esses vírus.
O IBCC também está na linha de frente dessa revolução, com estudos focados no desenvolvimento e na aplicação de vacinas terapêuticas e profiláticas contra o câncer. Entre as tecnologias mais promissoras, estão as vacinas baseadas em RNA mensageiro, amplamente reconhecidas pela sua aplicação no combate à Covid-19, e que agora estão sendo adaptadas para tratar cânceres como melanoma e pulmão.
No Brasil, pesquisadores têm explorado vacinas personalizadas que, combinadas com imunoterapia, podem melhorar significativamente a resposta imunológica do organismo e reduzir as chances de recidiva do tumor. A integração entre prevenção e tratamento tem o potencial de oferecer maior eficácia e causar menos impacto na qualidade de vida dos pacientes.