Iniciativa vai impulsionar as vendas de cursos on-line, aumentar o faturamento de infoprodutores e do e-commerce em geral
Com a finalidade de aliviar o fardo financeiro de milhares de brasileiros e assim promover a equidade social e econômica, o governo federal iniciou a segunda fase do programa Desenrola, devolvendo o acesso ao crédito para mais de 32,5 milhões de consumidores.
De acordo com Reinaldo Boesso, especialista financeiro e CEO da TMB Educação, fintech especializada em crédito educacional, a iniciativa promete aquecer os ganhos não só das empresas tradicionais, mas também do varejo digital. “Tanto os infoprodutores quanto o e-commerce em geral serão beneficiados”, destaca.
Segundo o especialista, aqueles que utilizam o boleto como principal forma de pagamento de suas aquisições serão recompensados com a medida. “Recentes pesquisas apontam que mais de 70% da população brasileira está endividada, 40% possuem restrições de crédito e muitos têm um limite médio de cartão de apenas R$ 1.400. Agora, imagine um mundo no qual esses obstáculos são eliminados. O boleto parcelado não é apenas uma opção, é a solução que conecta a necessidade de adquirir um determinado produto a quem deseja adquiri-lo”, aponta.
Com a ascensão da educação digital e a vasta oferta de cursos e treinamentos on-line, as oportunidades de aprendizado estão ao alcance de todos. No entanto, muitas pessoas podem encontrar obstáculos quando se trata da forma de pagamento, especialmente se não possuem um cartão de crédito e tampouco a possibilidade de realizar um pagamento parcelado com boleto bancário. “Aqueles que resolverem seus problemas com essa oportunidade do governo, terão a liberdade de crédito para investir em cursos educacionais visando uma melhoria de vida, uma renda extra ou, até mesmo, o início de um novo empreendimento. Se bem utilizada, essa facilidade pode ser aproveitada para evoluções econômicas e crescimento pessoal”, destaca.
O especialista reforça que, embora muitas pessoas tenham uma boa situação financeira nos dias de hoje, por conta dos programas públicos e eventos de renegociação promovidos por empresas como a Serasa, as dívidas antigas, com juros altos, impossibilitam o parcelamento desses débitos. “Quando se consegue pagar e retirar o nome da negativação, é possível criar linhas de crédito e realizar novas compras. Esse movimento irá beneficiar não só as pessoas, mas o comércio de modo geral, que contará com mais demanda”, relata.
O objetivo do Desenrola é proporcionar a um percentual considerável da população que antes estava negativada, ficar apta a consumir dentro de uma nova realidade. “O programa permite que mais pessoas passem a ser autorizadas a contrair novos empréstimos, fazer operações como fechar contratos de aluguel e realizar financiamentos, seja para adquirir um bem ou um curso on-line. Inadimplentes com renda de até 20 mil reais e dívidas bancárias terão a chance de renegociar seus débitos”, destaca.
A segunda etapa do Desenrola pretende beneficiar consumidores com o nome negativado que ganham até dois salários-mínimos. Em tese, só poderão ser renegociadas dívidas de até R$ 5 mil, que representam 98% dos contratos na plataforma e somam R$ 78,9 bilhões. No entanto, caso não haja adesão suficiente, o limite de débitos individuais sobe para R$ 20 mil, que somam R$ 161,3 bilhões em valores cadastrados pelos credores na plataforma. “Desde seu anúncio, o Desenrola Brasil já demonstra seu impacto, começando com a extinção de dívidas de até R$ 100 e abrindo portas para a renegociação de débitos junto aos bancos, proporcionando um raio de esperança para alguns brasileiros”, aponta Boesso.
As empresas credoras estão agrupadas em nove setores: serviços financeiros, securitizadoras, varejo, energia, telecomunicações, água e saneamento, educação, micro e pequena empresa.