Confira artigo de Pedro Al Shara, CEO da TS Shara, fabricante nacional de equipamentos de proteção de energia
Com o Brasil se preparando para um “verão verde”, caracterizado por um recorde de energia renovável e alívio financeiro, o país está entrando em uma nova era energética impulsionada por fontes limpas e sustentáveis. Pesquisas recentes mostram que esse Verão promete um crescimento significativo nas energias eólica, solar e hidrelétrica, com os reservatórios atingindo os níveis mais altos desde 2011. A previsão é que as usinas movidas a combustível fóssil se mantenham no patamar mínimo de operação, segundo previsões do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Esse aumento na geração de energia renovável é resultado do investimento em fontes energéticas mais limpas e da redução das usinas térmicas, que agora representam apenas uma pequena parcela da matriz energética do país.
A transição para fontes de energia renovável é não apenas uma necessidade para o meio ambiente, mas também uma oportunidade para reduzir os custos de energia no longo prazo. A diversificação das fontes de energia beneficia não apenas o meio ambiente, mas também traz economias significativas nos custos de produção, uma vez que fontes como vento e sol são gratuitas e inesgotáveis. Essa mudança na matriz energética exige, no entanto, ajustes na gestão do setor e investimentos em tecnologia e infraestrutura de transmissão.
A transição para energias renováveis contribui diretamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa, ajudando a mitigar as mudanças climáticas globais. Além disso, a diversificação das fontes de energia fortalece a resiliência do sistema elétrico contra variações climáticas e desafios hidrológicos. Garantir um fornecimento contínuo e confiável de energia é essencial, especialmente em épocas de seca ou condições climáticas adversas.
Para enfrentar os desafios da intermitência das fontes de energia renovável, o setor está se adaptando e investindo em soluções tecnológicas. O investimento em linhas de transmissão e tecnologias de resposta rápida é crucial para equilibrar a intermitência dessas fontes. Além disso, o governo está comprometido em expandir as linhas de transmissão de energia solar e eólica, com investimentos que ultrapassam milhões.
Essa nova empreitada pode ser vista em países que ocuparam postos de líderes mundiais em energias sustentáveis. A Suécia, por exemplo, tem uma das maiores proporções de energia renovável em seu consumo total de energia. Cerca de 54% de sua eletricidade é gerada a partir de fontes renováveis, principalmente energia hidrelétrica e eólica. Além disso, a Suécia tem planos ambiciosos de se tornar neutra em carbono até 2045. Já a Dinamarca estabeleceu metas ambiciosas para reduzir as emissões de carbono e aumentar a participação das energias renováveis em seu mix energético. O país está focado em desenvolver a energia eólica offshore e já produz uma quantidade significativa de sua eletricidade a partir dessa fonte limpa.
Os programas nacionais de redução de CO2 tendem a estar no centro das atenções nesses grandes países, principalmente com a chegada da conferência COP28, evento anual promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), que terá sua 28ª edição em novembro e reúne representantes de todo o mundo. A regulação do mercado global de carbono e a transição para a economia de baixo carbono estará entre os temas discutidos, ressaltando o objetivo dos países de limitar as emissões de gases de efeito estufa.
O “verão verde” representa um marco importante na jornada do Brasil em direção a um futuro mais sustentável e com menor dependência de combustíveis fósseis. As perspectivas de crescimento contínuo das energias renováveis indicam um cenário promissor para a economia, o meio ambiente e a qualidade de vida dos cidadãos. Com investimentos contínuos, inovação tecnológica e uma abordagem sólida de gestão, o país está trilhando o caminho rumo a um futuro energético mais limpo e seguro. A transição para uma matriz energética verde é uma oportunidade única para o Brasil se posicionar como líder na luta contra as mudanças climáticas e promover um desenvolvimento sustentável.