Presidente da Fenacor aponta necessidade de preparo da categoria para a chegada do Open Insurance
Para o presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), o Open Insurance é algo inevitável. “Não adianta dizer que não gosta, que acha bom, que acha ruim. Que vai acontecer… A questão é: nós vamos nos preparar para ele ou não? Se a gente continuar falando que é contra, nós não vamos nos preparar”, destacou Armando Vergílio.
Na visão de Vergílio o mercado “tem que fazer essa digitalização e promover o processo de inclusão digital do cliente através do Corretor de Seguros”, comentou durante o Congrecor 2024, um dos maiores congressos de Corretores de Seguros dedicado aos mercados do Centro-Oeste, Minas Gerais e Espírito Santo.
Para Armando Vergílio, a maioria dos Corretores de Seguros não teria capital ou condições de criar uma SPOC (Sociedade Processadora de Ordem do Cliente) – ferramenta necessária para integração de informações liberadas pelo cliente para consulta em outras empresas de seguros. “O Open Insurance não existe sem o consentimento e não existe consentimento sem Corretor de Seguros, pelo menos em escala”, apontou o líder da Federação.
O presidente da Fenacor revelou que a instituição prepara o lançamento de uma SPOC voltada ao suprimento desta lacuna no mercado. “Trata-se de uma SPOC institucional que será disponibilizada ao Corretor de Seguros”, comentou.
Vergílio reiterou a importância do cuidado com a proteção dos dados dos clientes em uma operação deste nível. “Quando o SRO foi lançado, por exemplo, eu fui uma das poucas vozes que se levantou contra. É uma concentração de informação. Hoje existe um único registrador e eu acredito que existe uma grande dúvida de como essas informações estão sendo utilizadas. Pode não ter problema nenhum, essa é uma pergunta que o mercado de seguros está fazendo hoje”, argumentou em entrevista ao Universo do Seguro.
Ele lembrou que para a constituição de uma SPOC, por exemplo, apenas o capital base é de R$ 1 milhão. “Mas não se trata apenas do capital básico. Só o investimento tecnológico pelos normativos vigentes ele nos leva a acreditar que no mínimo mais três, quatro milhões seriam necessários. Então é difícil você imaginar que uma SPOC realmente cumpra todas as exigências e que esteja em aderência com todos os normativos possa ser constituída com menos de R$ 5 milhões ou R$ 6 milhões”, analisou.
Sobre a nova plataforma de SPOC da Fenacor, Vergilio compartilhou que o “modelo de negócio que vai ser aplicado será aquele que melhor beneficia o Corretor”. “Nós ainda estamos terminando esse estudo. Nossa pretensão é que o Corretor de seguros fala uma adesão à SPOC institucional da Fenacor e que ele realmente possa, com a produção de novos negócios ou então da sua carteira de clientes, participar economicamente desta viabilidade – ou seja – é um jogo do ganha ganha. Este modelo vai ser muito competitivo e ele vem pra se somar a necessária inclusão do Corretor no mundo digital”, completou.
Importância dos Sindicatos para os Corretores de Seguros
“O sindicato é uma apólice de seguro pro Corretor. Ele tem que participar, porque ali é que ele vai achar realmente boas soluções, principalmente praqueles Corretores que estão começando, que estão iniciando, tanto de qualificação, de de de contextualização, da busca de informações atualizadas. É ali que se debate os temas de eh relevância pro Corretor de seguros. Ali que você pode opinar. É ali que você pode influenciar. É ali que você pode no envolvimento verdadeiro do debate compreender melhor as discussões”, argumentou Armando Vergílio ao defender que a categoria dos Corretores sejam filiados aos seus sindicatos regionais. “Inclusive para ter uma melhor legitimidade. Não apenas para entender o que está acontecendo, mas participar, criticar e influenciar as decisões, fortalecendo a categoria”, reforçou.
O presidente da Fenacor sinalizou que a atuação dos Sindicatos e da Federação defendeu a categoria em várias ocasiões. “Alguns exemplos recentes são a inclusão do Corretor de Seguros no Supersimples, oferecendo uma sobrevida a milhares de Corretores de seguros. Além disso, também lutamos para a derrubada da Medida Provisória 905, que extinguia a nossa categoria, em 2019. Por isso, é muito necessário que nós estejamos unidos institucionalmente em torno de uma entidade que nos represente e que esteja pronta para lutar e defender os nossos interesses”, finalizou.