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Volta às aulas: mochila cheia, bolso vazio? Como está a inflação dos materiais escolares

Volta às aulas: mochila cheia, bolso vazio? Como está a inflação dos materiais escolares / Foto: Freepik
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Maria Giulia, analista de research da Rico, analisa a inflação e dá dicas de planejamento financeiro

Quando o ano novo começa, não são só as promessas e metas que entram em cena – a preparação para a volta às aulas também ganha destaque. É hora de montar a lista de materiais, ajustar o orçamento e lidar com aquele dilema anual: tudo parece estar mais caro. E não é só impressão! A inflação vem encarecendo itens escolares e custos relacionados à educação nos últimos anos. Mas, afinal, o que mudou de 2020 até agora?

O que é essencial na hora de montar a mochila?

Para começar, vamos aos queridinhos da lista quando pensamos em material escolar, os artigos de papelaria. Cadernos, canetas, lápis e borrachas são itens que não podem faltar na bolsa do aluno, a não ser que ele ainda seja um bebê na creche. Se antes era fácil renovar o estojo todo ano, agora essa decisão exige mais planejamento – e pesquisa de preços.

O aumento no custo de insumos para a produção, como papel e plástico, é um dos fatores que fez esses artigos se tornarem um peso maior no orçamento das famílias. De acordo com nossa pesquisa, de 2020 até 2025, os preços de caderno e de papelaria (que englobam canetas, lápis, borracha etc.) aumentaram em 24,28% e 34,63%, respectivamente.

E as mensalidades, será que aumentaram?

Toda vida educacional é fundamental no desenvolvimento de uma criança. Porém, o peso no bolso não para na mochila. As mensalidades escolares, da creche até o ensino médio, passaram por uma verdadeira escalada.

As instituições de ensino também sofrem com os aumentos nos custos operacionais – por exemplo, com infraestrutura, salários e, claro, a inflação geral. Assim, os valores das mensalidades subiram de forma significativa nos últimos anos, especialmente no ensino médio e fundamental, que aumentaram 43,16% e 43,98%, respectivamente. A pré-escola teve um aumento de 36,70% e a creche, 35,42%.

E se considerarmos o transporte escolar?

Na correria do dia a dia, os pais podem não conseguir levar os filhos até a escola e optam pelo transporte escolar. Mas com o aumento do preço desse tipo de serviço, podemos considerar o transporte escolar como um item de “luxo” hoje em dia. Fatores como a alta dos combustíveis, associada à manutenção dos veículos, fez com que o preço desse serviço também aumentasse. O aumento acumulado de 2020 até hoje para transporte escolar foi de 24,26%. Portanto, para as famílias, levar e buscar os filhos pessoalmente virou uma tentativa de economizar, embora nem sempre seja uma solução viável.

Qual foi a inflação da cesta escolar?

Analisando a cesta completa que comentamos acima, todos os itens juntos tiveram um aumento de 34,85% de 2020 até 2025.

Comparativamente, abaixo fizemos um resumo com o percentual de crescimento dos preços de cada dos itens. Também trouxemos os valores da cesta total e a própria inflação medida pelo IPCA.

Itens Inflação no período
Transporte Escolar 24,26%
Creche 35,42%
Pré-Escola 36,70%
Ensino Fundamental 43,16%
Ensino Médio 43,98%
Caderno 24,28%
Papelaria 34,63%
Cesta com todos os itens 34,85%
IPCA 32,71%
Salário mínimo 35,12%

A cesta de materiais escolares teve um aumento um pouco acima do IPCA. Por exemplo, se em 2020 você gastava em média R$ 2.000,00 com despesas escolares, hoje esse valor é de aproximadamente R$ 2.654,20. No entanto, é importante destacar que o salário mínimo também se ajustou nesse período. Comparando o salário mínimo de 2020 com o atual, que é de R$ 1.412,00, podemos observar que ele foi corrigido acima da inflação e do aumento da cesta de itens escolares. Isso reforça a ideia de que, apesar do aumento nos preços, o salário acompanhou o reajuste necessário.

Quando olhamos o cenário completo, fica claro que educar uma criança no Brasil tem se tornado um desafio crescente. Itens básicos para o aprendizado, desde um caderno até o transporte para a escola, refletem um panorama econômico que impacta todas as áreas da vida.

Como economizar na lista de materiais escolares?

Se o orçamento está apertado, saiba que algumas estratégias simples podem fazer toda a diferença:

  1. Reaproveite materiais do ano anterior: Antes de pensar em comprar tudo novo, confira o que ainda está em bom estado. Canetas e lápis pouco usados e até mochilas podem ser reutilizados.
  2. Compre livros usados: Procure sebos, sites de livros usados, grupos de pais em redes sociais ou feiras de troca. Livros didáticos usados costumam ser bem mais baratos e ainda ajudam o meio ambiente.
  3. Monte grupos de compras coletivas: Junte-se a outros pais para negociar descontos em papelarias ou livrarias. Quanto maior o volume, maior a chance de barganhar preços melhores.
  4. Compare preços online e presencialmente: Nem sempre a loja mais próxima é a mais barata. Use comparadores de preços e aproveite promoções de papelarias online.
  5. Evite marcas caras: Muitas vezes, materiais de marcas menos conhecidas têm a qualidade similar e custam bem menos. Avalie o custo-benefício.
  6. Compre só o necessário: É tentador ceder aos pedidos das crianças por itens da moda, mas priorize o que é realmente essencial.
  7. Antecipe as compras: Não deixe para comprar tudo em cima da hora, quando os preços tendem a estar mais altos e as opções, limitadas.
  8. Planeje com antecedência: Pensando nos próximos anos, que tal reservar um valor todos os meses para essa finalidade e fazer esse dinheiro render? A Rico tem a ferramenta “Meus Objetivos” que vai te ajudar no seu planejamento financeiro para qualquer objetivo!

Com um pouco de organização e planejamento, é possível aliviar o impacto da inflação e garantir tudo o que os pequenos precisam para começar o ano letivo com o pé direito – e o orçamento mais equilibrado! Afinal, aprender a economizar também é uma lição para toda a vida.

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