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William Bonner anuncia saída do Jornal Nacional

Foto: Divulgação
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Madalena Feliciano destaca a importância da transição de carreira e da preparação de sucessores nas empresas

O anúncio da saída de William Bonner da bancada do Jornal Nacional, marcado para novembro, repercutiu em todo o país. Após quase três décadas no telejornal e 26 anos acumulando também a função de editor-chefe, o jornalista revelou que a decisão de mudar de atividade foi amadurecida ao longo de cinco anos. Bonner destacou que a pandemia foi um marco em sua reflexão, quando percebeu que o trabalho tomava todo o seu tempo, sem espaço para projetos pessoais e familiares. “A conta não estava fechando”, resumiu.

Ao longo desse período, a Rede Globo organizou cuidadosamente a sucessão, que será assumida por César Tralli, já conhecido do público como repórter e apresentador. Esse movimento planejado ilustra um conceito fundamental não apenas para o jornalismo, mas também para o mundo corporativo: a importância de preparar sucessores.

Para a especialista em gestão de carreira e desenvolvimento humano, Madalena Feliciano, CEO de três empresas e com mais de 20 anos de experiência em aconselhamento executivo, a trajetória de Bonner serve como exemplo prático de como uma transição planejada pode trazer segurança tanto para o profissional quanto para a organização.

“Muitas vezes as empresas e até mesmo os líderes adiam a conversa sobre sucessão, tratando o tema como distante. Mas, quando ela não é planejada, as consequências podem ser graves: crises internas, perda de competitividade e até desmotivação de equipes. Bonner mostra que pensar com antecedência, preparar o sucessor e garantir continuidade é um gesto de responsabilidade e visão estratégica”, explica Madalena.

Segundo a especialista, ainda é comum que empresas só pensem em sucessão quando a saída já está próxima, o que limita as opções e aumenta os riscos.

“O ideal é que a sucessão seja parte do planejamento de longo prazo. Preparar líderes exige identificar talentos, oferecer treinamentos, acompanhar o desenvolvimento e dar espaço para que futuros sucessores ganhem experiência. É um processo gradual, não uma decisão de última hora”, destaca.

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No caso do Jornal Nacional, essa preparação foi feita ao longo de cinco anos, o que garante uma transição natural para o público e para a equipe. Madalena ressalta que essa prática é replicável em qualquer segmento.

“Seja em um telejornal, em uma empresa familiar ou em uma multinacional, o princípio é o mesmo: mudanças são inevitáveis. O que muda é a forma de se preparar para elas. Quanto mais estruturado o processo, menores os riscos e maiores as chances de continuidade do sucesso”.

Além da perspectiva corporativa, Madalena também chama atenção para o lado humano da decisão. A mudança de Bonner foi motivada pelo desejo de equilibrar vida pessoal e profissional, algo que cada vez mais profissionais vêm buscando após a pandemia.

“A transição de carreira não é apenas uma questão de trabalho, mas de propósito. Quando o profissional percebe que está vivendo apenas em função das obrigações e deixando de lado seus desejos pessoais, é preciso refletir. Nesse momento, o planejamento da transição é essencial para que a decisão seja tomada com serenidade, sem rupturas bruscas”, afirma.

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Para Madalena, esse episódio traz um recado importante para líderes e empresas brasileiras: investir em sucessão é investir em sustentabilidade.

“Uma empresa que se preocupa em formar sucessores demonstra maturidade e comprometimento com o futuro. E um profissional que se planeja para mudar de atividade mostra coragem e visão. Esse alinhamento entre planejamento pessoal e organizacional é o que garante longevidade, tanto para carreiras quanto para negócios”.

O exemplo de William Bonner, que construiu quase três décadas de história no maior telejornal do país e agora se despede de forma planejada, deixa uma lição clara: preparar o amanhã é tão importante quanto conduzir o presente.

O movimento de William Bonner não é apenas uma despedida simbólica de um dos maiores ícones do telejornalismo brasileiro, mas também um exemplo concreto da relevância do planejamento de transições tanto no âmbito pessoal quanto no corporativo. Ao longo de cinco anos, o jornalista preparou sua saída de forma estruturada, garantindo a continuidade do Jornal Nacional e, ao mesmo tempo, permitindo que sua vida pessoal entrasse em um novo ciclo.

Como reforça Madalena Feliciano: “planejar sucessões não é sinal de fragilidade, mas de visão estratégica”. Seja no jornalismo, em empresas familiares ou grandes corporações, pensar no futuro e preparar quem dará continuidade ao trabalho é um gesto de responsabilidade que assegura estabilidade e fortalece a confiança de todos os envolvidos.

Assim, o caso de Bonner deixa uma mensagem clara: toda transição exige coragem, mas quando é acompanhada de preparo, ganha também o poder de inspirar, consolidar legados e abrir caminho para novas oportunidades.

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