XS Global: Brasil se torna hub global de resseguros em meio a cenário desafiador, afirma Newton Queiroz

XS Global: Brasil se torna hub global de resseguros em meio a cenário desafiador, afirma Newton Queiroz / Divulgação
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Em um cenário econômico complexo e com desafios regulatórios, o Brasil se consolida como o primeiro país a sediar um escritório local e ter um Country Manager da XS Global, e agora se prepara para se tornar um dos três principais hubs globais da resseguradora. A notícia, revelada em primeira mão por Newton Queiroz, Country Manager da XS Global no Brasil, durante participação no podcast Universo do Seguro, marca um passo significativo para a empresa e ressalta a importância estratégica do mercado brasileiro no setor de resseguros.

“O Brasil será um dos três principais hubs do grupo no mundo a partir deste ano”, afirmou Queiroz, destacando que a XS Global está em todos os continentes e que a operação brasileira, com apenas um ano, já se tornou o principal país da América Latina para a companhia. Ele se descreveu como o “porquinho da Índia” da XS Global no Brasil, expressando a satisfação de iniciar a operação do zero e testemunhar os resultados positivos. “Para mim, que venho de uma carreira com funções executivas em grandes grupos, ter uma função executiva em um grupo que está crescendo, mas começar uma operação, está sendo muito revitalizador”, completou.

Papel do resseguro em um mercado volátil

Queiroz dedicou parte da entrevista a explicar a relevância do resseguro, que ele define como uma proteção para as seguradoras. “Ele protege as seguradoras de eventos catastróficos ou serve também para aliviar a questão de solvência das seguradoras, permite com que as seguradoras tomem mais risco”, detalhou. Ele enfatizou que, sem o ressegurador, o mercado de seguros seria “muito menor e as garantias de seguro seriam muito menores”.

Ao abordar o atual momento econômico brasileiro, com juros elevados e incertezas, Queiroz pontuou que, se por um lado a alta dos juros pode beneficiar as seguradoras, permitindo melhores retornos sobre seus investimentos, o mesmo não se aplica ao ressegurador. “O ressegurador, ele não está surfando essa onda desses ganhos financeiros, como as seguradoras podem surfar”, explicou. Além disso, a instabilidade econômica e as mudanças regulatórias, como a recente alteração do IOF, geram insegurança jurídica e diminuem a oferta de resseguro no país.

Oportunidade em meio aos desafios e a importância da presença local

Apesar do cenário desafiador, a XS Global enxergou no Brasil uma grande oportunidade. Com raízes no México e experiência em lidar com economias complexas na América Latina, a resseguradora se posiciona para aumentar sua capacidade de oferta no mercado brasileiro enquanto outros podem recuar. “A gente entende esse mercado, a gente sabe como ele funciona e a gente consegue agora, num momento onde talvez alguns resseguradores prefiram colocar um passo para trás, a gente agora consegue se tornar uma força interessante para apoiar os mercados”, ponderou Queiroz, ressaltando a resiliência dos latino-americanos em lidar com crises.

A decisão da XS Global de estabelecer um escritório local e um CEO Country Manager no Brasil demonstra a crença da empresa na importância da presença física para o sucesso. “A gente está provando que ter presença local faz muito sentido”, pontuou o executivo.

Penetração do seguro no Brasil

Queiroz também levantou um debate importante sobre a real penetração do seguro no Brasil. Ele argumenta que, ao considerar apenas os segmentos de P&C (Property & Casualty) e Vida, excluindo capitalização e planos de saúde suplementar, o crescimento do mercado nos últimos 15 a 20 anos não foi tão expressivo. “Se você for olhar essa parte, esse universo, o mercado não cresceu tanto nos últimos 15, 20 anos”, criticou, defendendo que a meta da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) de 10% do PIB até 2030 para o setor de seguros é um desafio, mas é possível com um forte trabalho de aculturamento e oferta de microsseguros.

O executivo defendeu a obrigatoriedade de certos seguros, como o de Responsabilidade Civil (RC) para automóveis. “Ninguém deveria dirigir sem ter o seguro de RC”, enfatizou, explicando que a parte de RC é a mais barata e a mais crucial para proteger o cidadão de danos a terceiros, que podem ser financeiramente devastadores. Ele também destacou a importância de expandir o acesso ao seguro para a classe menos favorecida através do microsseguro.

Pilares para o crescimento do setor

Para o futuro, Newton Queiroz acredita que a união do setor é fundamental, citando o setor bancário como exemplo de maior coesão. Ele também alertou para os possíveis impactos da nova Lei do Seguro, que entrará em vigor em dezembro. Segundo ele, a lei “desconsidera particularidades do resseguro” e, sem as devidas normativas da Superintendência de Seguros Privados (Susep), pode gerar problemas de capacidade e deixar grandes riscos sem a devida proteção.

Apesar das preocupações, Queiroz se mantém otimista. “Eu sou um otimista, eu acredito que a Susep vai apresentar aí normativas, que a gente vai caminhar por um período de adaptação durante 2026, mas que o mercado vai sair, vai seguir como sempre seguiu”, concluiu. A expectativa é que o setor continue crescendo, especialmente nas linhas de negócio mais importantes para o mercado de seguros.

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