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3 motivos para incentivar o autocuidado masculino entre as equipes de trabalho

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude / Foto: Paulo Liebert / Divulgação
Tatiana Pimenta, CEO da Vittude / Foto: Paulo Liebert / Divulgação

Especialista aponta uma série de razões para as empresas investirem em iniciativas voltadas a saúde mental do público masculino

De acordo com a pesquisa chamada “10 respostas sobre a saúde do homem”, realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, 62% dos homens no Brasil só buscam ajuda médica quando os sintomas já não são mais suportáveis. Este é um cenário preocupante e que se estende também para os cuidados com a saúde mental masculina: Dados da pesquisa feita pela SulAmérica e o Instituto FSB Pesquisa, mostram que as mulheres se preocupam mais com a saúde mental do que os homens. Com base na amostra, a saúde mental é a maior preocupação para 31% das mulheres, enquanto esse percentual alcança só 20% dos homens. No ambiente corporativo isso pode se tornar ainda maior. Por isso, as empresas também devem investir em iniciativas de incentivo ao autocuidado voltadas especificamente para este público.

“São muitos os tabus que rondam os pensamentos masculinos quando o assunto é saúde mental, sendo muitos deles conectados à questões culturais. Muito se fala sobre a vulnerabilidade masculina, porém ainda é muito frequente o discurso de que homem não deve demonstrar suas fraquezas e sentimentos e de que são naturalmente fortes, e resistentes. Vejo que esse estigma vem sendo quebrado com as novas gerações, mas ainda precisamos trabalhar mais na conscientização masculina em relação ao autocuidado e saúde como um todo”, pontua Tatiana Pimenta, CEO da Vittude, healthtech referência no desenvolvimento de programas de saúde mental para empresas.

De acordo com a especialista, quando olhamos o impacto destes dados sobre os ambientes corporativos e organizacionais, é possível enxergar que existe uma questão enraizada nas estruturas empresariais que dificultam a promoção de culturas internas que beneficiem a saúde mental dos colaboradores em geral.

A especialista elencou os principais motivos que podem ser usados como alertas para as empresas investirem na saúde mental masculina:

1 – Homens compõem 62% dos cargos de liderança no país

Atualmente os homens ocupam 62% dos cargos de liderança no Brasil (Grant Thornton – 2022), o que representa mais da metade das lideranças atuais. “Sabemos que o ambiente de trabalho é um gatilho para o desenvolvimento de diferentes doenças e distúrbios mentais como ansiedade, depressão e o próprio burnout. Quando vemos um dado que mostra que a maior parte das lideranças brasileiras são representadas por pessoas pouco engajadas com a própria saúde mental, é difícil imaginar como estes líderes podem construir um ambiente saudável, leve e acolhedor para as suas equipes.” acrescenta Tatiana.

2 – Homens vivem, em média, 7,2 anos a menos que mulheres

Segundo o Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo, 70% das pessoas do sexo masculino procuram um consultório médico apenas se tiverem a influência de pessoas próximas. Isso reflete no dado de que os homens vivem, em média, menos anos que as mulheres.

3 – A taxa de suicídio entre homens é 3 vezes maior que a de mulheres

Como já citado no texto, a OMS apontou que a taxa de suicídio entre homens chega a ser três vezes maior que a de mulheres. “Esse dado é alarmante, mostra que mesmo com tantos incentivos e ações em prol da saúde mental, esse apelo não afeta significativamente os homens. Resultado da cultura em que dizem que os homens precisam ser fortes, não podem demonstrar fraquezas e o incentivo a masculinidade tóxica são alguns dos fatores responsáveis por desencadear esse desapego pela saúde e bem-estar”, comenta a CEO da Vittude.

Para combater todas essas questões que afetam tanto o âmbito pessoal quanto profissional destes homens, é preciso que as empresas também tenham o senso de responsabilidade deste problema.

Além de investir em conscientização sobre a importância do autocuidado masculino e, principalmente, dos representantes e líderes das empresas, é importante disponibilizar acesso a programas de saúde mental e incentivá-los a fazer uso. Lembrando, claro, de manter a importância do incentivo à saúde mental feminina também e de forma alguma menosprezá-la por conta da necessidade da conscientização masculina.  Ao final, o cuidado vindo dos líderes e gestores se torna exemplo para os times e é capaz de promover ambientes mais acolhedores.

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