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A partir da dor de ver o filho na UTI, esse empreendedor quer transformar a maneira como empresas lidam com dados

Antonio Duarte, CEO e cofundador da Nekt. | Crédito: Francine Orso. / Reprodução Nekt.
Antonio Duarte, CEO e cofundador da Nekt. | Crédito: Francine Orso. / Reprodução Nekt.

Inspirado pelos monitores de sinais vitais, Antonio Duarte fundou a Nekt, que simplifica o uso de dados para empresas em crescimento, e acaba de captar R$ 5 milhões em sua primeira rodada de investimentos

Em 2023, Antonio Duarte passou 50 dias com o filho prematuro na UTI. Foi na infinidade de dashboards com números e sons indicando sinais vitais – tão essenciais para o uso dos médicos – que percebeu o quão importante é a inteligência de dados. Assim surgiu a Nekt, plataforma de dados e IA que simplifica o acesso e uso de dados para empresas em crescimento, fundada por ele e mais 3 sócios – Vinícius Justo, Pedro Ceriotti e Andrio Frizon. A startup acaba de captar R$ 5 milhões em sua primeira rodada de investimentos.

“Comecei a programar com 12 anos. Um dos meus melhores amigos morava em um prédio com uma escola de informática. Eles montaram um curso e eu e ele resolvemos nos inscrever. Com isso, passei a desenvolver websites para empresas locais na minha cidade natal. Muitas pessoas não me levavam a sério até ver a materialização da solução que eu montava para eles. Mas, mesmo atuando com software em toda minha carreira profissional, foi depois de passar 50 dias na UTI com meu filho prematuro, que percebi o quão dependente somos de dados”, explica Antonio Duarte sobre a sua trajetória.

A startup surge da proposta de trazer uma solução de dados que seja pragmática. Foi a forma que o CEO encontrou de tirar algo positivo de um momento desafiador. Hoje, a plataforma unifica engenharia, análise e ativação de informações em um só ambiente e acabou de captar R$ 5 milhões em seu primeiro aporte, liderado pela Alexia Ventures, de Patrick Arippol, além de investidores anjo que incluem Guilherme Lopes, Co-Founder da RD Station, adquirida pela TOTVS por quase 2 bilhões. Empresas usam a solução para centralizar dados de diferentes fontes, organizá-los na sua própria nuvem e rodar transformações que vão de consolidações a análises avançadas com modelos de inteligência artificial e algoritmos preditivos. Em pouco tempo de atuação, mais de 40 empresas já usam a plataforma, entre elas Seazone, Hapana, BT Créditos, OneBlinc, Scholars of Finance e HighNote.

“As empresas necessitam de bases fortes para tomar decisões, automatizar processos e acelerar resultados — seja por pessoas, assistentes ou agentes de IA. E o mercado carecia de plataformas que atendessem esse problema e se adaptasse de acordo com a necessidade do cliente. E foi aí que criamos a Nekt. Hoje, a inteligência de dados não é mais uma escolha estratégica, é a base para otimização e competitividade no mercado”, completa Antonio.

Nascido em Rio do Sul, interior de Santa Catarina, o executivo foi criado pela sua maior inspiração, a mãe – que atuava na área da educação e que cuidou sozinha dele e de mais 2 irmãos. “Ela foi um exemplo muito nobre de trabalho duro, e de agregar para os outros, sem necessariamente ter um retorno financeiro expressivo – professores e orientadores no Brasil”, explica. Em 2010 ingressou no curso de Engenharia de Controle e Automação na UFSC, momento que conheceu colegas que, 14 anos depois, seriam parceiros em sua trajetória empreendedora e parte do seu time hoje na Nekt.

Antes da startup, já mostrando futuro promissor, fez um intercâmbio na Universidade do Colorado, onde foi convidado a participar de um estágio na NASA, no Goddard Space Center. Na ocasião, recusou pois percebeu que havia outros caminhos que  precisava trilhar. “Recusei por uma questão de foco na área de software. Optei por uma oportunidade no NOAA, no Advanced Software Computing Group, em Boulder, no Colorado, a qual tive a oportunidade de trabalhar com supercomputadores, programação paralela e uso de GPUs, que hoje em dia ganharam destaque devido a NVDIA”, diz.

Com experiência como empreendedor, em 2018, Antonio já havia fundado, junto com seus atuais sócios que havia conhecido na faculdade, a Jungle Devs – do apartamento onde moravam juntos. Foi nela que começou a jornada de liderança, e, como CEO, alcançou um crescimento de 100% ao ano, sem aportes, batendo 15 milhões de receita em 2021, além de  clientes do Brasil, Estados Unidos, Austrália, África do Sul, e Europa. Atuando como uma empresa especializada em engenharia de software, criando produtos digitais de ponta a ponta, mas também se destacando por seus programas de formação de pessoas internamente, em 2021, a Jungle Devs foi adquirida pela Trybe, uma escola de tecnologia online, e virou Olby.

“Hoje o meu filho está bem, 100%, e eu estou empreendendo em algo que me anima muito. Parece que a cada mês que me dedico para Nekt, a dor que passamos na UTI é reduzida de alguma forma, e ficam apenas as lembranças de superação”, completa.

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