Apesar do avanço mensal, confiança do consumidor paulista segue abaixo do nível alcançado no ano passado
O Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP), elaborado pela PiniOn para o Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), alcançou 100 pontos em junho, registrando alta de 1,0%, em relação a maio. No entanto, na comparação com o mesmo mês de 2024, houve queda de 2,9%.
O resultado mensal levou o ICCP a sair do campo pessimista (abaixo de 100 pontos), retornando ao campo neutro (100 pontos), após três recuos consecutivos ao longo do ano.
No recorte de classes socioeconômicas, o ICCP seguiu mostrando resultados mistos: houve aumento da confiança entre as famílias das classes C, enquanto as classes AB e DE apresentaram queda.
A percepção das famílias em relação à situação financeira atual melhorou, com destaque para o aumento da segurança no emprego. Também houve melhora nas expectativas futuras em relação à renda e emprego.
Esse aumento da confiança dos consumidores paulistas resultou em maior propensão a comprar bens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis, como geladeira e fogão. A disposição para investir no futuro também aumentou.
Cidade de São Paulo
Por sua vez, o Índice de Confiança do Consumidor da Cidade de São Paulo (ICCSP) alcançou 93 pontos em junho, com alta de 2,2% em relação a maio, mas recuando -1,1% na comparação anual. Apesar da elevação mensal, o índice se mantém no campo pessimista (abaixo de 100 pontos).
A evolução da confiança dos consumidores da cidade de São Paulo, também apresentou resultados mistos por classe social: aumentou entre as classes AB e C e diminuiu entre os consumidores da classe DE.
Também houve melhora na percepção da situação atual, apesar da leve redução da segurança no emprego. As expectativas futuras de renda e emprego também melhoraram, ainda que de forma menos intensa. A maioria dos entrevistados demonstrou maior interesse na compra de bens duráveis e de maior valor. A disposição para investir, no entanto, permaneceu estável.
Em síntese, em junho, em termos mensais, o ICCP e o ICCSP mostraram aumento, embora ambos tenham continuado a diminuir em termos interanuais. O primeiro índice subiu para o nível neutro, enquanto o segundo, apesar da melhora, ainda se mantém no campo pessimista.
Para o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa “a melhora da confiança dos consumidores paulistas e paulistanos pode ser explicada pela resiliência do mercado de trabalho, num contexto em que o Estado e a Cidade de São Paulo lideram a geração de empregos formais, juntamente com o novo crédito consignado e outras transferências de renda governamentais”.
O economista acrescenta: “Entretanto, a alta inflação de produtos básicos, o elevado nível de endividamento das famílias e os efeitos negativos das altas taxas de juros sobre a atividade econômica, que já começam a se manifestar, podem provocar uma queda na confiança dos consumidores nos próximos meses”, completa Ruiz de Gamboa.