Para os economistas da seguradora, perspectiva econômica do Brasil é otimista
A Allianz Trade, líder global em seguro de crédito comercial, divulgou, na última semana, as atualizações trimestrais no risco país e setorial. Segundo os economistas do estudo, o risco-país global está voltando aos níveis pré-pandêmicos.
No primeiro trimestre de 2024, a seguradora elevou as classificações de risco de oito países (Brasil, Cabo Verde, Egito, Cazaquistão, Madagascar, Mauritânia, Filipinas e Tailândia) e rebaixou dois (Bahrein e Israel). De acordo com o relatório, após vários sinais de resiliência em 2023, o primeiro trimestre do ano mostrou mais países retornando aos níveis de risco vistos em 2019. “No entanto, nossa revisão trimestral das classificações de subcomponentes, que incluem riscos distintos, como aqueles relacionados ao ambiente de negócios, exposição a riscos climáticos, financiamento disponível para empresas ou risco político, apresenta uma tendência mais mista, com 20 países em uma trajetória de melhoria e 19 em uma trajetória de deterioração”, afirmaram os economistas.
Segundo a análise, a perspectiva econômica do Brasil é otimista, impulsionada por reformas fiscais, como a reforma tributária de 2023 e o próximo real digital em 2025, que devem aumentar as perspectivas de crescimento. Para os economistas da Allianz Trade, a estabilidade política contribui para essa trajetória positiva.
Por sua vez, sob uma perspectiva setorial, os economistas encontraram um quadro equilibrado de mudanças, com sete setores subindo e seis descendo. Isso representa o menor número de mudanças em uma perspectiva histórica, após dois trimestres com mudanças limitadas (23 e 27 casos no 4T 2023 e no 3T 2023, respectivamente).
Essa “pausa” prolongada reflete a falta de uma melhoria perceptível, mas também a falta de uma deterioração perceptível nas perspectivas, embora os riscos estejam se aproximando com o potencial de prejudicar o cenário central de pouso suave. As melhores classificações de risco são encontradas principalmente no setor automotivo (Brasil, Grécia, Kuwait e Reino Unido) e de equipamentos de maquinário na Ásia (Hong Kong, Filipinas), nos quais a classificação de risco passou de sensível para médio.
A Europa teve mais rebaixamentos, pois a fraqueza econômica e o financiamento continuarão a afetar as empresas nos próximos trimestres, enquanto os setores com mais rebaixamentos foram construção (Romênia e Espanha) e produtos químicos (México e Holanda).
Os analistas explicam que, devido ao número limitado de alterações, o quadro global dos ratings permanece estável: os ratings setoriais são, em sua maioria, de risco médio (45%) ou sensível (42%) em todas as regiões, mas a dispersão geral do risco é perceptível entre a região comparativamente mais segura (Ásia) e a mais arriscada (América Latina).
A partir do 1º trimestre de 2024, ainda há menos setores de baixo risco (9%) e mais setores de alto risco (4%) do que antes da pandemia (vs. 15% e 4% no 4º trimestre de 2019, respectivamente). Três setores se destacam com o retorno mais lento aos níveis de risco pré-crise: fornecedores automotivos, varejo e produtos químicos, seguidos por equipamentos de transporte, equipamentos domésticos e têxteis.