Com decisão do Copom, entidades de previdência complementar fechada vão manter investimentos focados, principalmente, em renda fixa, diz Ricardo Serone, Diretor da instituição
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros para 12,25% ao ano veio alinhada com a piora das expectativas do mercado para a inflação, especialmente, após o anúncio do pacote de ajuste de gastos do governo, no final de novembro, quando o dólar ultrapassou a barreira dos R$ 6, fortalecendo um ciclo de alta da moeda e pressionando ainda mais os índices inflacionários, afirma Ricardo Serone, Diretor Financeiro e de Investimentos da BB Previdência.
“O Banco Central optou por ser mais agressivo no aperto monetário, demonstrando um receio maior com o cenário inflacionário proveniente também do aquecimento da economia, como mostra o crescimento do PIB (Produto Interno Brasileiro) neste ano”, acrescenta Serone.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,39% em novembro. Embora tenha desacelerado em relação a outubro, no acumulado de doze meses avançou para 4,87%, percentual superior ao do teto da meta, de 4,5%, e bem acima do centro, de 3%. As projeções dos especialistas indicam IPCA de 4,84% ao final deste ano e de 4,59%, em 2025, ambos acima do teto.
Serone observa como ponto importante dessa última reunião de 2024 o fato de a decisão ter sido tomada de forma unânime. “Demonstra harmonia entre os membros do Copom; uma atuação mais diligente e com o compromisso de convergir a inflação para o centro da meta”, ressalta.
Como a Selic pode impactar os planos de previdência
Como os sucessivos aumentos na Selic, Serone acredita que as entidades de previdência complementar fechadas deverão continuar com as estratégias de investimentos focadas, principalmente, em renda fixa. “A BB Previdência manterá as estratégias adotadas ao longo do segundo semestre deste ano, dando prioridade à alocação dos novos recursos dos planos em ativos atrelados ao CDI”.
Paralelamente, afirma Serone, a instituição ficará atenta em oportunidades de redução da exposição a ativos com maior volatilidade e menor previsibilidade de retorno, direcionando os investimentos para aqueles indexados ao CDI e IPCA acrescidos de uma taxa real que melhor atendam às metas dos planos e se encontram em níveis extremamente atrativos, para aqueles que ainda possuem espaço nessa estratégia.