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Antirracismo precisa começar no onboarding e desafia empresas a reverem suas práticas de integração

Foto: Freepik
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Com manuais e ações contínuas, empresas como a Gateware mostram que a luta contra discriminação deve estar presente desde o primeiro contato

Por mais que campanhas e compromissos públicos se multipliquem no meio corporativo, o racismo segue sendo a forma de discriminação mais presente no ambiente de trabalho. Uma pesquisa da empresa de treinamento CEGOS mostra que 75% das empresas brasileiras reconhecem o racismo como o principal preconceito enfrentado por suas equipes, à frente de questões políticas e aparência física. Além disso, no Brasil, 84% das pessoas pretas relatam já ter sido alvo de discriminação racial, segundo levantamento apoiado pelo Ministério da Igualdade Racial.

Diante de dados tão evidentes, especialistas em gestão de pessoas afirmam que o enfrentamento ao racismo precisa começar já no processo de onboarding. E esse é justamente o caminho adotado pela Gateware, empresa de tecnologia e inovação com sede em Curitiba. Ao integrar novos colaboradores e parceiros, a empresa entrega dois manuais obrigatórios desenvolvidos pela própria companhia, além de disponibilizar seu código de conduta. Um deles traz orientações sobre Comunicação Não Violenta e o outro é inteiramente voltado ao combate ao racismo. Ambos enviados pelo time de Pessoas e Cultura.

O material antirracista detalha conceitos como racismo estrutural, diferenças entre raça e etnia, e práticas individuais que ajudam a identificar e desconstruir estereótipos. Já o guia de Comunicação Não Violenta oferece ferramentas para interações mais empáticas e respeitosas, com orientações sobre tom de voz, escuta ativa e gestão emocional. Para Taline Klinguelfus, Gerente de Marketing e Pessoas e Cultura da empresa, incluir esse conteúdo no onboarding é uma forma de mostrar que inclusão não é valor abstrato. “Empresas que querem construir um ambiente mais justo precisam tratar a diversidade como parte da estratégia, não como pauta de ocasião. É no início da jornada que se define o tom das relações”, afirma.

Além dos manuais, a Gateware mantém uma Academia de Diversidade e Inclusão dentro da sua plataforma de aprendizagem. Lá, os colaboradores e parceiros têm acesso a trilhas formativas sobre equidade racial, gênero, identidade e inclusão LGBTQIAPN+. As iniciativas são tratadas como parte da cultura organizacional e acompanhadas por ações de escuta e revisão constante de processos internos, como recrutamento e progressão de carreira.

A experiência da Gateware evidencia um movimento que ganha força entre empresas dispostas a enfrentar o racismo de forma estrutural, indo além do discurso e das datas simbólicas. Reforçar o posicionamento da empresa na integração de novos talentos é um passo relevante e muitas vezes negligenciado na construção de ambientes de trabalho mais seguros, plurais e conectados com os desafios reais da sociedade brasileira. Segundo a consultoria McKinsey, negócios que valorizam a diversidade no processo de recrutamento têm resultados 25% melhores do que aqueles que não investem nessa agenda.

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