Anvisa aprova combinação inovadora de medicamentos para tratar tipo agressivo de câncer de próstata avançado

Foto por: National Cancer Institute/ Unsplash Images
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Tratamento combinado de Talzenna com enzalutamida, desenvolvido pela Pfizer, reduziu em 55% o risco de progressão do tumor e morte em pacientes com mutações no gene HRR e doença metastática resistente ao bloqueio hormonal

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar uma combinação inovadora de medicamentos para um tipo desafiador de câncer de próstata1. Trata-se da terapia combinada de Talzenna (talazoparibe) com enzalutamida, desenvolvida pela Pfizer e indicada no Brasil para o estágio mais avançado da doença (fase metastática), em pacientes com tumores que continuam a crescer mesmo após a realização do bloqueio hormonal (castração).

Talzenna é um inibidor de enzimas PARP (Poli ADP-ribose polimerase) para uso associado ao tratamento-padrão à base de enzalutamida em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (mCRPC), com ou sem mutações no gene de reparo por recombinação homóloga (HRR)2 – essas alterações prejudicam a capacidade de reparação das células, podendo ocasionar um acúmulo de danos genéticos e, assim, levar à progressão do câncer.3

O câncer de próstata é um dos tumores mais comuns entre os homens de todas as regiões do Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma4. De acordo com a literatura médica, entre 5 e 7 anos após o diagnóstico até 20% dos pacientes desenvolvem a forma metastática da doença e resistente à castração5 – desse grupo, cerca de 1 a cada 4 homens apresenta as mutações no gene HRR, fator que está associado a um prognóstico desfavorável6.

A aprovação da combinação de Talzenna e Xtandi foi baseada nos resultados dos estudos realizados durante seu programa de desenvolvimento clínico, que demonstraram o perfil de eficácia e segurança do tratamento. No estudo de fase 3 TALAPRO-2, o uso combinado dos medicamentos reduziu em 55% o risco de progressão da doença e morte em homens com mCRPC e mutação no gene HRR, na comparação com o uso de enzalutamida e placebo7.

“Receber a notícia de que o tumor não está respondendo aos tratamentos de bloqueio da testosterona pode ser devastador para homens que estão lutando contra o câncer de próstata há muito tempo. Esses pacientes precisavam urgentemente de novas opções terapêuticas. Por isso, estamos orgulhosos de poder oferecer uma alternativa potencialmente revolucionária aos brasileiros, redefinindo o padrão de tratamento do tumor em sua fase mais agressiva”, diz a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro.

Talzenna em associação com enzalutamida obteve aprovação regulatória em mais de 40 países em todo o mundo para pacientes de mCRPC, com indicações que variam de acordo com cada local. Nos Estados Unidos, a combinação pode ser usada em adultos com mCRPC que apresentem mutações no gene HRR, desde 2023. Já a União Europeia aprovou o uso em pacientes de mCRPC com ou sem mutações genéticas8.

“A aprovação de nossa terapia combinada para câncer de próstata no Brasil reforça o compromisso de longa data da Pfizer com os pacientes que enfrentam tumores geniturinários. Essa categoria também inclui o câncer de rim, por exemplo, área em que temos atuado fortemente nas duas últimas décadas”, comenta a diretora da unidade de Oncologia da Pfizer Brasil, Mariana Pestana.

Câncer de próstata no Brasil

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima a identificação de 71.730 novos casos de câncer de próstata para o ano de 20254.

A doença é a segunda causa de morte por câncer na população masculina4. O debate sobre o câncer de próstata se torna ainda mais importante em um contexto de envelhecimento da população brasileira, uma vez que a idade avançada é o principal fator de risco para o tumor4. No Brasil, a cada 10 homens diagnosticados com câncer de próstata, 9 têm mais de 55 anos9. O impacto de fatores de risco modificáveis relacionados ao câncer de próstata também chama a atenção, como a obesidade9.

Rastreamento

Na fase inicial, o câncer de próstata geralmente não provoca sintomas e, muitas vezes, é detectado apenas por meio dos exames PSA ou toque retal9. Não há, contudo, um consenso sobre a realização desses exames em homens assintomáticos9.

Algumas entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), defendem que todos os homens, a partir dos 50 anos, se submetam a exames anuais de toque retal e dosagem de PSA no sangue10.

Grande parte dos especialistas recomenda, ainda, que homens procurem o médico para uma avaliação individual de seus fatores de risco para o câncer próstata e discutam sobre a necessidade de realização dos testes, especialmente no caso daqueles acima de 45 anos10.

Homens com obesidade, por exemplo, podem ter um diagnóstico tardio de tumores de câncer de próstata em função de suas concentrações mais baixas de PSA por causa do aumento do volume sanguíneo – bem como pela maior dificuldade de realizar um exame retal digital completo11.

Além disso, homens com obesidade podem apresentar a próstata aumentada, dificultando a detecção do câncer por biópsia, já que a possibilidade de as agulhas não atingirem o câncer é maior11.

Essas informações também reforçam a importância de se adotar hábitos de vida saudáveis, tais como: manutenção do peso adequado, prática regular atividade física, alimentação balanceada, restrição de bebidas alcoólicas e cessação do tabagismo9.

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