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Associação beneficente da Allianz completa 30 anos: “nos reinventamos e seguimos transmitindo nossos valores à nova geração”, diz diretora

Rose Oliveira, diretora da ABA / Foto: Túlio Vidal / Divulgação
Rose Oliveira, diretora da ABA / Foto: Túlio Vidal / Divulgação

Instituição já atendeu mais de 10 mil pessoas na comunidade Santa Rita, zona Leste de SP; Famílias estão na segunda geração de frequentadores

A Associação Beneficente dos Funcionários do Grupo Allianz Seguros (ABA) completa 30 anos de atuação. Localizada na comunidade Santa Rita, zona leste de São Paulo, a instituição realiza acompanhamento constante de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, contribuindo na formação de cada um deles para a vida.

A permanência ativa após três décadas é um marco importante entre as organizações brasileiras. Um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) mostrou que, a cada 10 ONGs abertas no país, três encerraram suas atividades. Segundo a pesquisa, as organizações da sociedade civil “sobrevivem”, em média, por 17,6 anos. “Quando você tem uma ONG com 30 anos, significa que ela está no caminho certo. Isso mostra que o projeto está vivo, sólido e ativo”, afirma Rose Oliveira, diretora da ABA.

A instituição, que nos primeiros três anos de vida atuou como administradora de uma creche pública, ampliou os seus trabalhos e hoje atende a mais de 1 mil pessoas em um espaço próprio. Entre os frequentadores também está um grupo idosos que participa das aulas de Cultura Digital. “Abrir espaços de convivência, estreitar conhecimento com o mundo cada vez mais digital e vê-los empoderados é motivo de grande satisfação” diz a diretora.

A transformação da comunidade Santa Rita

Na comunidade Santa Rita, a estratégia da Associação é incentivar a compreensão e o diálogo. Além de oferecer, diariamente, atividades multidisciplinares complementares ao ensino formal (como aulas de artes visuais, artes digitais, audiovisual, ballet, cultura digital, esportes e linguagem de Programação), a ABA realiza o Programa de Desenvolvimento Socioemocional, em que é ensinado ao público infanto-juvenil como lidar com os sentimentos e emoções, com base no controle da respiração e outros recursos do mindfulness.

“As atividades relacionadas às artes, ballet, esportes e tecnologia, sem dúvidas, são instrumentos que auxiliam na formação desses indivíduos. Mas, antes de tudo, é necessário prestar atenção ao aspecto emocional para que eles se sintam realmente capazes de ter um futuro diferente daquele considerado padrão neste contexto social. Aqui, buscamos fortalecê-los emocionalmente para que possam lidar e atingir os seus objetivos de vida em um mundo competitivo”, diz Rose Oliveira. “A ABA ajuda a formar gerações mais empáticas, colaborativas e comprometidas”.

Uma marca na vida

Desde 1994, quando foi fundada, a Associação já beneficiou mais de 10 mil pessoas e agora recebe sua segunda geração de frequentadores – incluindo os filhos das crianças atendidas no início da instituição. Josevan da Silva Castro, de 30 anos, frequentou a primeira turma e acompanhou a evolução da instituição. “Participei de todo o processo, desde a creche até o curso de capacitação para ingresso no mercado de trabalho. O que eu trago da ABA para a minha vida é o valor da amizade sincera, do respeito e de sempre conversar e ter calma”, resumiu ele, que permaneceu na instituição até os 16 anos de idade. “Tínhamos o incentivo de estudar, tirar boas notas e ter bom comportamento na escola. Eles sempre mostraram os caminhos que poderíamos seguir e as consequências de cada escolha. Hoje, uso isso com o meu filho, que tem muito do meu comportamento quando criança”, diz. Na opinião de Josevan, as crianças que participam da ABA são diferentes. “Elas têm mais oportunidade e aprendem a respeitar regras desde pequenos”.

Nícolas Castro, filho de Josevan, tem 12 anos e é um dos atendidos pela Associação atualmente. “A gente aprende muito na ABA. É um lugar muito bom, todos te tratam bem e se preocupam quando faltamos. Me sinto muito bem aqui”, disse. “Gosto de encontrar as pessoas, das conversas, dos amigos, das aulas. Sempre aprendo algo e guardo esses aprendizados”.

Já Ricardo Viana, de 24 anos, frequentou a ABA até os 16, período em que teve a oportunidade de aprender capoeira – esporte que o levou ao jiu-jitsu. Ricardo, que atualmente é professor de jiu-jitsu em Dubai, soma conquistas internacionais (entre elas Campeonato Pan Americano de Jiu-Jitsu, Europeu de Jiu-Jitsu IBJJF, Grand Slam AJP e Mundial de Jiu-Jitsu Esportivo) e segue compartilhando o conhecimento adquirido na instituição com outras pessoas. Ele faz questão de contar de onde veio, pelo que passou, o que atingiu e ainda espera alcançar, para inspirar, principalmente, crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e mostrar a potência transformada pelo esporte. “As maiores joias saem de projetos sociais. Mais do que habilidades, eles nos auxiliam na formação de caráter e nos influenciam a fazer o bem”, define.

Kauê Silva ficou na Associação dos sete aos 15 anos. Hoje, aos 30, trabalha na área Comercial da filial Campinas-Jundiaí da Allianz Seguros, onde iniciou a carreira como menor aprendiz. “O tempo em que eu frequentei a ABA foi um período importantíssimo na minha formação pessoal. É quando estamos desenvolvendo nossa opinião e visão de mundo. E a ABA contribuiu diretamente para ampliar as oportunidades”, diz.

Olhar para o futuro

Mais do que comemorar a consolidação da ABA, Rose Oliveira reforça a importância de integrar novas aprendizagens, vivências e tecnologias ao cotidiano da instituição. “Seguimos apresentando ao público meios de vida sustentáveis, incorporando a inteligência artificial nas práticas educativas e continuamos acreditando que a esperança deve ser o caminho de quem não desiste, afinal, algo bom nos espera ali na frente”, declara.

Rose considera a ABA um case de sucesso e acredita que, de alguma forma, o trabalho realizado pela Associação pode inspirar outras pessoas a implementar ações sociais de forma contínua e permanente. “Vivemos em uma sociedade extremamente desigual e todos os esforços serão sempre muito bem-vindos para contribuir efetivamente, por meio da educação, com a vida de pessoas socialmente desfavorecidas. Nosso propósito é fornecer meios para elevar o conhecimento, a criatividade, a solução de problemas, enfim, a realização de sonhos”, finaliza Rose.

ABA 30 anos: principais realizações

  • 1994: fundação e implantação do atendimento às crianças de 0 a 5 anos
  • 1996: implantação do atendimento aos adultos
  • 1999: implantação do atendimento às crianças de 6 a 12 anos
  • 2004: implantação do Programa de Capacitação para adolescentes
  • 2007: implantação do Programa de Ações Sustentáveis
  • 2009: início da reforma para atendimento do núcleo infantil
  • 2012: implantação do atendimento às crianças de 4 a 6 anos, do núcleo de Artes Digitais e do Programa de Desenvolvimento Socioemocional
  • 2018: Prêmio Grupo Allianz
  • 2019: reforma da sede e implantação dos núcleos de Programação e de Audiovisual
  • 2020: lançamento do Portal ABA no Youtube
  • 2022: celebração dos 10 anos do Programa de Desenvolvimento Socioeducativo e implantação do Programa de Filosofia com Crianças
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