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Ataque à Colômbia mostra fragilidade da América Latina em cibersegurança, alerta especialista

Foto: Mati Mango/ Pexels
Foto: Mati Mango/ Pexels

Mais de dois milhões de processos judiciais foram afetados

No último dia 13, a multinacional de telecomunicações IFX Networks sofreu um ataque hacker que derrubou o sistema judiciário colombiano, se tornando um dos maiores ciberataques da história do país. O grupo de criminosos usou um ransomware para criptografar e roubar dados, incluindo informações de cidadãos colombianos. Outros países foram afetados, como Chile, Argentina e Panamá – há relatos que falam, já, em mais de 700 empresas afetadas.

Para se ter uma ideia da extensão desse ataque, mais de dois milhões de processos judiciais estavam inacessíveis na Colômbia.

Presente em 16 países latino-americanos, a IFX Networks presta serviços de telecomunicações na região. Na Colômbia, a empresa foi contratada para prestar seus serviços a entidades como o Poder Judiciário, o Ministério da Saúde, a Superintendência da Indústria e Comércio, e a Superintendência de Saúde do país. De acordo com a imprensa colombiana, o ataque teria começado no último dia 12.

“O tamanho e a extensão desse ataque mostram como a América Latina ainda não está preparada para ataques cibernéticos sofisticados. Mesmo que a empresa provedora dos serviços de telecomunicações tenha proteção, empresas e órgãos públicos colombianos deveriam, também, garantir que os dados sensíveis estavam protegidos”, explica Alvaro de Almeida, diretor Comercial da Evolutia, empresa de cibersegurança que atua na América do Sul.

“Infelizmente nossa prática diária mostra que a segurança ainda não é uma prioridade e as condições econômicas acabam empurrando as empresas para soluções baratas e que não garantem a proteção para esse novo cenário. Grupos de criminosos virtuais atuam com o mesmo nível de organização que empresas – e com acesso à tecnologia de ponta. Resumindo: ainda seguimos tentando tapar o sol com a peneira”, aponta o especialista.

Anatomia do ransomware

Relatório da IBM divulgado no começo deste ano aponta que o sequestro de dados, ou ransomware, é o maior vetor de ataques da América Latina, representando 32% dos casos. Embora números apontem uma queda no número de ataques desse tipo, o ransomware segue sendo uma ameaça potencial para o países latino-americanos.

Outro relatório, divulgado pelo Fortiguard Labs, aponta que o Brasil registrou um total de 23 milhões de tentativas de ataques cibernéticos no primeiro semestre. Na sequência estão o México, com 14 bilhões, Venezuela, com 10 bilhões, e Colômbia, com 5 bilhões de ataques. Ao todo, a América Latina registrou mais de 63 bilhões de tentativas de atques cibernéticos no período.

“A única possibilidade de garantir a proteção nesse contexto é atualizar as soluções de segurança, adotando tecnologias que já usam Inteligência Artificial e que são capazes de identificar, prevenir e remediar ataques sofisticados, que unem técnica e engenharia social. É a única maneira de combater os crimes cibernéticos – e evitar que situações dessa magnitude, e que comprometem milhões de dados de pessoas físicas caiam nas mãos de criminosos”, finaliza o executivo.

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