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Black Friday 2022: Seis em cada dez brasileiros pretendem realizar compras em 2022

Black Friday 2022: Seis em cada dez brasileiros pretendem realizar compras em 2022 / Foto: Polina Tankilevitch / Pexels
Black Friday 2022: Seis em cada dez brasileiros pretendem realizar compras em 2022 / Foto: Polina Tankilevitch / Pexels

Especialistas dão dicas para microempreendedores e consumidores

Uma pesquisa feita pela Offerwise em parceria com a Google constatou que 60% dos entrevistados pretendem realizar compras na Black Friday 2022. A pesquisa foi realizada em outubro deste ano com 500 pessoas das classes A, B e C, que declararam conhecer a Black Friday.

Embalada com a realização da Copa do Mundo no Catar, para os varejistas, os eventos simultâneos podem ser uma oportunidade para mais vendas. De acordo com a pesquisa, o evento esportivo deve impulsionar as vendas em alguns segmentos específicos. Na pesquisa, 26% dos consumidores declaram que devem comprar alimentos, 25% vão comprar bebidas, 19% pretendem comprar roupas e acessórios e 17% vão investir especificamente em moda esportiva.

Vagas de emprego e posicionamento das empresas

Para Caio Cunha, especialista em e-commerce e presidente da WSI Brasil, cofundador da WSI Consultoria, empresa que trabalha em soluções de marketing digital e estratégia, a versão deste ano da Black Friday deve aquecer de forma considerável o mercado, para ele é o momento de as empresas se mostrarem para seus consumidores e se posicionarem, principalmente, no segmento do mercado eletrônico, que também deve gerar novas vagas de trabalho.

Caio Cunha, especialista em marketing digital e e-commerce / Divulgação
Caio Cunha, especialista em marketing digital e e-commerce / Divulgação

“No comércio eletrônico a expectativa é que sejam geradas mais de 109 mil vagas, justamente para oferecer soluções digitais que irão permitir que as empresas aumentem suas vendas para atender a tendência de crescimento de consumo neste final de ano, para se ter uma ideia, o comércio eletrônico deve movimentar mais de R $ 6 bilhões nesta Black Friday”, explica Cunha.

Entre as novidades do comércio eletrônico em 2022, o Google, no último mês de outubro, lançou novas ferramentas e dados que visam guiar lojistas durante a Black Friday, em 2022. A empresa deve oferecer um selo para empresas de e-commerce que mostram produtos com algum diferencial. A ideia é dar mais destaque para o que for comercializado com descontos, frete grátis, entregas rápidas ou cashback, por exemplo.

“Na Black Friday deste ano é muito importante que as marcas e as empresas busquem um posicionamento de modo que elas possam se destacar na concorrência em busca desses consumidores, deste mercado que deve crescer muito mais, comparando com o que foi vendido nos últimos anos”, destaca o especialista.

Manifestações podem atrapalhar a Black Friday?

Para o especialista em logística e presidente do Conselho de Administração da Pathfind, Antonio Wrobleski, a Black Friday deste ano não deve ser atrapalhada devido às manifestações no país, para ele, existe um tempo hábil para que até a data deste ano (25/11), não tenhamos mais estradas bloqueadas. Wrobleski acredita ainda que neste ano, tenhamos uma das Black Friday mais encorpadas dos últimos anos e coloca também a Copa do Mundo do Catar como um dos “ingredientes” do crescimento do “bolo” da Black Friday.

Antonio Wrobleski, Presidente do Conselho de Administração da BBM Logística, Conselheiro da Pathfind, especialista em logística / Divulgação
Antonio Wrobleski, Presidente do Conselho de Administração da BBM Logística, Conselheiro da Pathfind, especialista em logística / Divulgação

“Este ano teremos uma das maiores e fortes edições da Black Friday, a Copa do Mundo, a venda de televisores e acessórios deve crescer muito, o delivery de bebidas e alimentos deve aumentar muito em função dos jogos, acredito que as manifestações não irão atrapalhar o andamento, ainda bem que acabaram essas manifestações, pois poderia ter prejudicado o abastecimento em todos os sentidos”, comentou.

O especialista acredita ainda que há uma tendência de microempreendedores trabalharem no marketplace dos grandes operadores e que os pequenos varejistas vão se destacar nas vendas por e-commerce. “Quase 2 milhões de empresas se beneficiam com esse processo de colocar seus produtos no mercado on-line. As pequenas e médias empresas, conseguindo estabelecer um objetivo pé no chão, poderão vender pela Internet com a ajuda do marketplace dos grandes operadores e realizar muitas vendas nesta Black Friday”.

Para isso, Wrobleski dá algumas dicas: “Pesquisar sobre o seu produto e o posicionamento dele no mercado para concluir se há necessidade de aumentar o estoque ou não. Algumas pequenas empresas não têm histórico de vendas de outros anos na Black Friday, por isso é importante que usem outras maiores como referência e inspiração para a logística e fluxo de vendas”.

Cuidado na hora das compras

A Black Friday exige cuidados na hora da compra, a principal indicação dos especialistas é fazer uma ampla pesquisa de preços antecipadamente. De acordo com o Procon, o consumidor precisa tomar alguns cuidados para evitar cair em ciladas. A prevenção começa pesquisando bem o produto e o fornecedor. Desconfie de preços milagrosos e ofertas inacreditáveis. E ao realizar a compra pela Internet, é indispensável ficar atento para a existência de sites e perfis de redes sociais falsos ou aqueles que oferecem ofertas enganosas.

O especialista em Direito Internacional, Leonardo Leão, alerta que é necessária atenção. Segundo ele, o consumidor deve ficar muito atento para que a Black Friday não vire uma ‘Black Fraude”. Leão, que é CEO e consultor de imigração e negócios internacionais da Leão Group – com sedes no Brasil, Estados Unidos e Europa -, diz que a Black Friday é muito importante economicamente e compara a tentativa dos dias de promoções aqui no Brasil com a realidade dos EUA.

Leonardo Leão, especialista em Direito Internacional / Divulgação
Leonardo Leão, especialista em Direito Internacional / Divulgação

“Nos Estados Unidos, há uma relação clássica de ganha-ganha: os vendedores ganham na quantidade de vendas e os consumidores ganham ao adquirir produtos caros, mas que entram em promoções excelentes nessa época. No Brasil, infelizmente a regulação do direito do consumidor é muito falha e vemos muitas coisas sendo vendidas pela ‘metade do dobro’, ou seja, dias antes algumas empresas aumentam o preço de seus produtos para depois vender pelo preço ‘normal”, ou seja, sem nenhuma promoção real, ludibriando o consumidor mais desatento”, comenta Leão.

Em seu site oficial, o Procon recomenda não clicar em links recebidos por e-mail, WhatsApp ou por mensagens de texto. Além disso, é preciso conferir os dados da empresa/vendedor antes de qualquer compra ou contratação. Segundo o órgão de defesa do consumidor é importante observar se a empresa tem endereço físico e consultar o CNPJ no site da Receita Federal, a fim de verificar se ela foi criada há poucos dias. Também é recomendável consultar a lista “Evite esses Sites” disponibilizada no site do Procon de São Paulo.

Black Friday começou em 2010 no Brasil

A Black Friday, que surgiu nos Estados Unidos, era conhecida como uma sexta-feira ruim para o comércio. Por ser um dia após o feriado de Ação de Graças, a queda das vendas era gigante. Para atrair as pessoas a comprarem nesse feriado, criou-se as promoções de Black Friday.

No Brasil, o mercado importou o dia da megaliquidação em 2010 e a data passou a ser incluída no calendário comercial do país, já que os lojistas perceberam o potencial de vendas do dia. “Em 2012, a iniciativa cresceu, rendendo da mesma proporção lucros e polêmicas, como o apelido pejorativo Black Fraude, por isso é muito importante estar sempre de olho, fazendo pesquisa e seguindo as orientações do Procon”, finaliza Leão.

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