Especialista em pagamentos explica o que esperar e como utilizar as novidades disponibilizadas pelo Banco Central
Desde o início de fevereiro, brasileiros podem pagar qualquer boleto por meio do Pix. Cada instituição financeira terá passe livre para instituir o QR Code do Pix; até o momento, apenas algumas empresas tinham essa permissão. Agora, esse avanço permitido pelo Banco Central (BC) dá início a uma série de novidades para tornar o Pix mais ágil e conveniente, atendendo aos 76,4% da população que o utilizam.
“Desde a implementação do Pix, o BC vem trazendo atualizações constantes. No ano passado, por exemplo, já tivemos o Pix automático e por aproximação. Esse último ainda está em expansão, mas deve ficar disponível para o mercado inteiro muito em breve“, afirma Leonardo Moreira Gomes, cofundador e CEO da Paytime, startup de soluções de pagamentos digitais.
Segundo o empresário, é importante tanto para usuários quanto para empreendedores ficarem de olho nos avanços da modalidade, que já é a mais utilizada no Brasil de acordo com o Banco Central. “Para a população, é uma boa ideia acompanhar para não perder oportunidades de uso. Já do lado dos comerciantes, é essencial seguir otimizando a experiência dos consumidores, seja ao inserir um QR Code em boletos ou oferecer a possibilidade de automação de pagamento”, complementa Leonardo.
Há ainda outras medidas programadas na agenda futura do BC. O Pix Garantido, por exemplo, deve permitir o agendamento e parcelamento de pagamentos, e o Pix Internacional, como indicado, admite transações de e para outros países.
Vale ressaltar que alguns dos planos para este ano e para os próximos são mais técnicos, mas também influenciam diretamente na utilização e aplicação pelo mercado. Por exemplo, será construída uma ferramenta para consulta de transações liquidadas no Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), uma API de pagamentos (mecanismo para facilitar a interação entre instituições financeiras), e ainda uma plataforma centralizada para lidar com cobranças ou duplicatas.
Um dos destaques da lista são as novas formas de iniciação do Pix, que devem incluir Bluetooth, reconhecimento facial e as tecnologias sem fio NFC e RFID.
“Todas essas mudanças devem tornar o Pix cada vez mais prático e referência como meio de pagamento no mundo inteiro. Elas devem ser implementadas aos poucos, e não é possível afirmar quais ainda chegam este ano, mas já tivemos bons avanços desde 2020. Logo, essas novidades também se tornarão parte do nosso dia a dia”, conclui Leonardo.