Quinzena do Seguro

Cartão de crédito e cheque especial são as maiores dívidas das famílias de SP

Alexandre Loloian, da Divisão de Indicadores Sociais da Fundação Seade / Foto: Divulgação
Alexandre Loloian, da Divisão de Indicadores Sociais da Fundação Seade / Foto: Divulgação

Confira artigo de Alexandre Loloian, da Divisão de Indicadores Sociais da Fundação Seade

O endividamento decorrente do uso do cartão de crédito e do cheque especial pode ser uma armadilha financeira que afeta muitas famílias. Pesquisa inédita da Fundação Seade mostra que em 2023 o pagamento em dia das dívidas assumidas pelas famílias no Estado de São Paulo melhorou quatro pontos percentuais em relação ao ano anterior. O levantamento foi realizado por telefone e entrevistou 3.704 pessoas com 18 anos e mais, em abril de 2022, e 3.635, em julho de 2023.

O nível de endividamento e os respectivos pagamentos, interfere diretamente no poder de consumo e na qualidade de vida das pessoas e das famílias, pois parte de seus gastos com alimentos, remédios, moradia e uso de serviços essenciais, como água, gás e energia elétrica, pode ficar comprometida.

Em 2023, 59% das famílias no Estado de São Paulo estão endividadas, parcela igual à observada em 2022. O endividamento é menor na faixa de renda familiar mais alta (mais de dez salários mínimos, com 46%) e maior naquelas famílias com renda de mais de um a dez salários mínimos (62%). O interior paulista apresenta maior proporção de endividamento (61%) do que a Região Metropolitana de São Paulo (57%).

Em 84% dos casos de contas em atraso, os motivos são cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos, 31% de financiamento de imóvel ou aluguel e 18% de financiamento de automóvel.

Em 2023, para 29% das famílias com atraso em seus pagamentos, o tempo estimado para que possam colocar as contas em dia é de três meses a um ano e 39% não tem ideia de quando poderão efetuar seus pagamentos, proporção que equivale a 42% na RMSP e 55% entre as famílias com renda de até um salário mínimo.

Quando se trata de despesas com alimentação e farmácia, 37% das famílias não pagaram em dia esse tipo de despesa nos últimos seis meses. Essa proporção é de 58% entre as famílias com menor renda e de 54% entre aquelas que recebiam Bolsa Família, Bolsa do Povo, BPC ou outro programa de transferência de renda.

Apesar da menor proporção em relação a 2022, ainda há 27% de famílias no Estado que não conseguiram pagar em dia suas contas de água, luz e gás nos últimos seis meses da pesquisa. Por faixa de renda familiar, 35% das famílias com menor renda não puderam fazer esse tipo de pagamento.

Como consequência dessas dívidas, 67% das famílias se viram obrigadas a diminuir despesas com alimentação e remédios, proporção que se eleva para 76% nas famílias com renda de até um salário mínimo.

A proporção de famílias que consegue guardar dinheiro se restringe a 10% das famílias de até um salário mínimo e 62% das famílias com mais de 10 salários mínimos, desigualdade que se reflete na forma de obtenção de recursos para financiar seus gastos: nas famílias de até um salário mínimo 49% usa o dinheiro que consegue guardar para realizar suas despesas, provavelmente em função de dificuldades de obter crédito no setor financeiro (apenas 18% o fazem), enquanto nas famílias de mais de três salários mínimos 43% obtém crédito em banco ou financeira.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Prev
Sendi 2023 prorroga inscrições para seleção de startups

Sendi 2023 prorroga inscrições para seleção de startups

Startups interessadas em participar do maior seminário da América Latina podem

Next
Especializada em aplicações de inteligência artificial, IARIS possui a solução de monitoramento mais avançada do Brasil
Foto: Pavel Danilyuk/ Pexels

Especializada em aplicações de inteligência artificial, IARIS possui a solução de monitoramento mais avançada do Brasil

Com dois produtos principais, EasyProctor e o EasyInspection, a startup criou

You May Also Like