A preocupação com a proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, cresce na temporada das chuvas. Em 2022, houve aumento de 180,5% dos casos da doença quando comparado ao mesmo período do ano passado, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde (MS).
A região com maior taxa de incidência de dengue foi o Centro-Oeste, com 1.955,6 casos/100 mil habitantes. Já o município com maior número de casos prováveis da doença foi Brasília (DF), com 66.080 registros.
Ações de combate ao mosquito
Segundo o coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka, o controle do vetor da dengue é o principal método para a prevenção e combate à doença. “O vírus da dengue tem um potencial de distribuição geográfica muito rápida e muito grande, porque a gente tem o vetor. O vetor estando presente, isso faz com que a gente tenha uma maior transmissão e as pessoas infectadas transitam por essas regiões”, afirma.
O MS destaca ações preventivas como estruturas de pesquisa, uso de inseticidas e atuação de agentes de saúde para evitar a proliferação do Aedes aegypti.
No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde informou que adquiriu 4,5 toneladas de inseticidas e fortaleceu estoques e insumos para prevenção e cuidados com pacientes com dengue. Também investiu na capacitação de profissionais, manutenção de máquinas e ações de inspeções em todas as regiões administrativas do DF.
A Secretaria ainda explica que há ações de combate ao mosquito diariamente em todas as 33 regiões administrativas, com atividades educativas, vistorias dos agentes de vigilância ambiental e pulverização de inseticida.
Toda semana é feita análise da incidência de casos por região e também das cidades em que há maior presença do mosquito. Após essa análise, as regiões com maior aumento passam a receber uma intensificação das ações, inclusive com o uso do UBV Pesado (fumacê).
Além disso, ao longo do ano, são realizados tratamentos focais em possíveis criadouros, além do tratamento costal dentro de terrenos com o foco na eliminação das fêmeas infectadas com os possíveis vírus causadores de arboviroses.
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Alerta para a população
O governo investe em ações preventivas, mas também convoca a população para eliminar o mosquito transmissor da doença. De acordo com Divino Valerio, diretor de Vigilância à Saúde da SES/DF, mais de 97% dos focos de mosquito são encontrados nas residências e ambientes de trabalho, e o maior obstáculo do enfrentamento da dengue é a falta de preocupação da população com a prevenção do Aedes aegypti. “Então é importante você estar o tempo todo observando o quintal, se não há nenhum depósito que tenha o que possa conter água, um pneu, uma lata, um balde, uma bacia, um ambiente propício a fazer coleções hídricas, porque é aí que o mosquito desova”, alerta.
Já em locais de trabalho, quem trabalha em ambientes mais fechados, escuros e silenciosos deve ter atenção às picadas do mosquito durante o dia. “Então você pare as suas atividades, jogue um bom ar debaixo da mesa, areje seu ar estação de trabalho, seu ambiente de trabalho", afirma Divino.
Moradores de áreas endêmicas, ou que tenham denúncias de possíveis focos do mosquito também podem entrar em contato com a Diretoria e Vigilância Ambiental (Dival-SES), por meio do telefone 160.
Ministério da Saúde oferece cursos gratuitos voltados ao combate à dengue
O Ministério da Saúde, em parceria com Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, oferece dois cursos gratuitos para atualizar profissionais de saúde sobre o diagnóstico e tratamento da dengue, de acordo com as recomendações atuais do MS.
Os cursos são voltados principalmente aos profissionais da saúde de nível superior, que atuam na Atenção Básica. Possuem carga horária de 10 horas-aula e já capacitaram mais de 4 mil e 700 profissionais.
As habilitações seguem com inscrições abertas até o dia 17 de dezembro. Para participar, basta acessar a plataforma UNA-SUS e fazer a matrícula. Não é necessário passar por processo seletivo.