Inovações tecnológicas para os meios de pagamentos vão trazer mais facilidades para as empresas e mais acesso à população
O mercado financeiro e de pagamentos foi tomado por um avanço rápido da tecnologia nos últimos anos. De acordo com a ABECS (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), apenas em 2022, houve um crescimento de mais de 22% no uso dos meios eletrônicos para operações de pagamentos, totalizando R$ 3,3 trilhões movimentados. Com isso, o Banco Central do Brasil passou a apostar em novas tecnologias com o intuito de acompanhar as tendências e também facilitar o acesso aos meios digitais em âmbito nacional.
Neste contexto, a expectativa do mercado é que 2024 seja um ano para colocar em prática muitas soluções que vão facilitar as movimentações entre empresas, parceiros e consumidores finais. “Em 2023 acompanhamos inúmeros avanços no Pix: recorde de transações, mais aceitação no e-commerce e pela população, além de novas regras para prevenção ao vazamento de dados. Inovação é a palavra de ordem para manter o produto aderente às necessidades do mercado, e, para 2024, o cenário deve se manter, com mais novidades e facilidades para quem utiliza o Pix”, explica Fernando Nunes, cofundador e CEO da Transfeera, fintech que fornece infraestrutura de pagamentos.
Pensando nisso, o empreendedor, que é especialista em PIX e meios de pagamentos, listou algumas das principais tecnologias mapeadas para o próximo ano. Confira!
PIX Automático
O PIX Automático irá funcionar de forma parecida com o débito automático, porém sem a necessidade de dependência de convênios com instituições paralelas. “Com essa modalidade, as demandas de pagamentos recorrentes poderão se beneficiar com o Pix, em substituição a complexidade do débito automático e uma alternativa às cobranças via cartão de crédito”, aponta Fernando Nunes.
Inicialmente, de acordo com o calendário oficial, a expectativa era de que o PIX Automático fosse lançado em 2023, porém devido a atrasos no desenvolvimento foi adiado para 2024.
BolePIX
Com previsão de lançamento para o início deste ano, o BolePIX funcionará a partir da união de dois métodos já existentes: o boleto bancário e o PIX. A modalidade irá trabalhar de forma bem semelhante ao atual agregando todas as informações presentes em um boleto comum, porém com a rapidez de pagamento e liquidez que o PIX possui.
O BolePIX poderá disponibilizar todas as informações do pagamento, como por exemplo o cálculo de juros pós vencimento. Além disso, o novo tipo de boleto poderá ser emitido por QR Codes ou códigos de barras diretamente da plataforma de pagamentos, para tornar o processo mais eficiente. “Desta maneira, principalmente o B2B terá mais facilidade e vantagens na dinamização dos pagamentos, sem a necessidade de mudança manual dos elementos”, afirma o CEO da Transfeera.
Real Digital (Drex)
O Drex, classificado como Central Bank Digital Currency (CBDC, Moeda Digital de Banco Central, na sigla em inglês), será a primeira moeda digital do sistema brasileiro financeiro. Com previsão de lançamento para a população em meados de 2024, o Drex funcionará como uma extensão no ambiente virtual das transações físicas de dinheiro de cédulas e moedas.
Vale ressaltar que o Drex terá o poder de facilitar e otimizar as transações referentes a contratos robustos, como imobiliários, direitos autorais, empréstimos e outros. Dessa forma, os processos poderão ser automatizados e ocorrer sem o intermédio de terceiros agentes. A expectativa é de que com a modalidade ocorra a flexibilização dos pagamentos e da gestão de ativos. “Desta forma, o BC consegue diminuir os custos de operações bancárias e facilitar o acesso à digitalização dos meios aos brasileiros, ampliando a inclusão financeira da população. Atualmente o Drex está em fase testes, para depois ser lançado no mercado geral”, pontua o especialista.