Domício Neto, coordenador-geral de Planejamento, Gestão de Pessoas e Documentos da Susep, e Rafaela Mesquita, analista de Diversidade e Gestão de Talentos da Zurich Seguros, também participaram do encontro realizado na última quinta-feira (29)
A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) promoveu, na última quinta-feira (29), mais uma iniciativa em prol da diversidade e inclusão na indústria seguradora. O webinar “Diversidade em Seguros: a inclusão LGBTQIAPN+”, organizado pela entidade, recebeu Gabriela Augusto, fundadora da Transcendemos Consultoria em Diversidade e Inclusão; Domício Neto, coordenador-geral de Planejamento, Gestão de Pessoas e Documentos da Susep; e Rafaela Mesquita, analista de Diversidade e Gestão de Talentos da Zurich Seguros, para um debate sobre os aprendizados e a evolução do setor sobre a questão.
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, abriu o evento e aproveitou a oportunidade para frisar a importância de ações afirmativas. “A inclusão e a diversidade são as grandes lutas do século 21. Por isso, vemos cada vez mais a preocupação da sociedade em como ela se relaciona e o setor de seguros também precisa dar sua contribuição nesse sentido”.
A diretora de Sustentabilidade e Relações de Consumo da CNseg, Ana Paula de Almeida Santos, trouxe dados que comprovam a relevância do tema. Em sua participação, a executiva lembrou que a expectativa de vida de pessoas trans é de apenas 35 anos, sendo que a população em geral, heterocisnormativos, vivem, em média, 77 anos. Apenas no ano passado, 131 pessoas trans foram mortas, sendo que, 130 delas eram mulheres. “Atualmente, cerca de 4 milhões de pessoas se identificam como não binárias ou trans no Brasil, ou seja, são pessoas que não produzem em sua plenitude simplesmente por não serem respeitadas por serem quem são. Nós estamos aqui para contribuir com o letramento do nosso setor”, afirma.
A convidada Gabriela Augusto, fundadora da Transcendemos Consultoria em Diversidade e Inclusão, destacou os resultados positivos de uma organização que se preocupa com a inclusão e a saúde organizacional. O levantamento apresentado pela especialista aponta que 63% dos funcionários indicam que são felizes dentro destas organizações, contra 31% em empresas que não se preocupam com a diversidade.
Outro dado, apresentado pela convidada, constata que as empresas com equipes executivas diversificadas em termos de gênero têm 14% mais probabilidade de superar a performance de seus pares na indústria. Além disso, as empresas percebidas pelos colaboradores como diversas têm probabilidade 93% maior de superar a performance financeira dos demais.
“Vale destacar que promover uma cultura de respeito é responsabilidade de todos. Mas para garantir diversidade e inclusão dentro das empresas é preciso ouvir aquele grupo social, ter transparência e consistência nas ações”, frisa a homenageada pela Forbes Under 30 em 2021.
Já o coordenador-geral de Planejamento, Gestão de Pessoas e Documentos da Susep, Domício Neto, lembrou da resolução nº 382/2020, que fala sobre a necessidade de o mercado segurador dar atendimento adequado aos seus clientes. “Inclusive, o decreto nº 8727/2016 da Constituição aborda o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis, travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal”, pontuou.
Neto também lembrou do provimento nº 73 do Conselho Nacional de Justiça, que discorre sobre a alteração do prenome e do gênero na certidão de nascimento e casamento da pessoa transgênero.
Já a participação das lideranças em prol de diversidade e inclusão foi destaque durante a fala da analista de diversidade e gestão de talentos da Zurich Seguros, Rafaela Mesquita. Esse ano, a empresa foi a seguradora oficial da 27ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, que acontece anualmente em São Paulo. O pedido para esta ação surgiu da liderança da seguradora o que reflete que a inclusão também integra o escopo de trabalho da alta direção da empresa.
“É preciso enxergar estas pessoas, fazer uma análise de onde a empresa está e, a partir daí, conseguir trabalhar de fato os cenários de melhoria para o mercado segurador”, concluiu Rafaela.
Além da criação da Comissão de Diversidade, Equidade e Inclusão e desse encontro virtual, no Mês do Orgulho, a CNseg lançou o Guia Nome Social, documento gratuito que fornece informações sobre a importância do uso do nome social para interações com colaboradores e consumidores das empresas de seguros, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização e operadoras de saúde suplementar. Para acessar, clique aqui.