Expectativa é investir em até 15 startups focadas em soluções para um dos setores mais estratégicos da economia brasileira
Uma parceria pretende acelerar a transformação digital do agronegócio brasileiro por meio do investimento em startups do segmento. Até 2024, a Viasoft, empresa paranaense de softwares para gestão empresarial, e a Bertha Capital, gestora de investimentos que conecta corporações ao mercado de capitais e startups, pretendem investir R$ 100 milhões em até quinze negócios de tecnologia e inovação que estejam focados no desenvolvimento do agronegócio brasileiro.
O veículo será um fundo de investimentos de Seed Capital e Series A focado principalmente nas chamadas Agtechs – startups que oferecem softwares, aplicativos e plataformas com soluções voltadas para o segmento do agronegócio –, e as AgFintechs – negócios que atuam na concessão de crédito e em operações financeiras para este segmento. O lançamento oficial do fundo ocorreu nesta quarta-feira, 21 de junho, no Viasoft Connect 2023 – evento de inovação em gestão empresarial realizado anualmente em Curitiba (PR).
A aposta é em startups que já estejam com produtos e serviços no mercado, carteira de clientes consolidada e faturamento anual superior a R$ 5 milhões, com alto potencial de crescimento e soluções inovadoras para o agronegócio brasileiro e global. O fundo, que captou até o momento R$ 30 milhões, surgiu de uma parceria estratégica entre o TechInvestor, braço de investimento da Viasoft, que atende por meio de tecnologia grandes empresas do segmento do agronegócio, com a Bertha Capital, especialista na criação e gestão de fundos de investimento e portfólios de inovação. A expectativa é que os primeiros investimentos em startups sejam anunciados em 3 meses.
Além do aporte financeiro, as startups contarão com apoio direto da gestora para realizar conexões e geração de negócios com as cotistas do fundo. A Bertha irá ainda atuar no modelo de venture building, construindo novos negócios entre as corporações e as startups envolvidas.
Agro é tech
Na última década, o agronegócio brasileiro acelerou. Em 2022, esse mercado representou mais de 24% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, somando US$ 500 bilhões. Para que esse crescimento seja contínuo, no entanto, o setor esbarra em uma série de obstáculos. “Os principais desafios do agro hoje são a gestão, a digitalização da agricultura, a inovação e a escassez de crédito. O objetivo dessa iniciativa é impulsionar soluções inovadoras que atuem nessas áreas. Incluir o mercado de capitais neste setor de tamanho potencial e complexidade é o caminho para viabilizar a sua digitalização e construir o Agro do futuro”, destaca Rafael Moreira, CEO da Bertha Capital.
Atualmente, segundo estimativas da Conab/ABCD e PwC Brasil, são mais de 1700 agtechs em operação. Ao mesmo tempo, a produção agrícola no país aumentou três vezes mais do que o espaço ocupado pelas lavouras nos últimos 10 anos – o que só foi possível graças ao papel de novas tecnologias e alta produtividade. Para financiar este crescimento, há muitas oportunidades para as fintechs e credtechs especializadas no agro. Apesar do volume recorde de recursos destinados ao Plano Safra 22/23, o crédito subsidiado não é suficiente para o custeio, a comercialização e outros investimentos na produtividade da fazenda, avaliam especialistas.
Na visão de Itamir Viola, presidente do Grupo Viasoft e CEO do TechInvestor, “cada vez mais, os negócios estarão organizados em forma de ecossistema. A Viasoft saiu na frente nesta área e os novos investimentos dentro dessa tese trarão ainda mais força e potencialidade ao agronegócio, em função do rápido crescimento que eles viabilizam. O que vai delinear estrategicamente o sucesso do mercado amanhã, a Viasoft, o TechInvestor e a Bertha estão construindo hoje”.
“Ao criar condições para que agtechs cresçam e escalem seus negócios, estamos gerando um impacto positivo que reverbera em todo o setor, apoiando o desenvolvimento de soluções inovadoras e a inclusão financeira”, pontua.
