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Com mais de 575 mil médicos no Brasil, hospitais-escola são essenciais para formação de especialistas

Com mais de 575 mil médicos no Brasil, hospitais-escola são essenciais para formação de especialistas / Foto: Divulgação
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Hospitais de Curitiba estão entre mais de 200 instituições ligadas a universidades, oferecendo experiências práticas para estudantes e residentes médicos

Com mais de 575 mil médicos formados em todo o Brasil, conforme levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), a crescente demanda por profissionais de saúde qualificados ressalta a importância dos hospitais-escola. Esses centros, que integram ensino, pesquisa e atendimento médico, oferecem uma experiência essencial para a formação de futuros especialistas. Muito além de instituições acadêmicas, os hospitais-escola desempenham um papel vital no Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo serviços especializados e atuando como referência em tratamentos de média e alta complexidade.

A rede hospitalar universitária no Brasil é composta por mais de 200 hospitais de ensino e é fundamental na formação de médicos, cujo número mais que dobrou nos últimos 20 anos. Dados do Ministério da Educação revelam que a demanda por essas instituições continua a crescer. Em Curitiba (PR), o Hospital Universitário Cajuru se destaca como centro de ensino e formação, promovendo experiências práticas para residentes médicos, estudantes de Medicina e alunos de outros cursos da área da saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com atendimento exclusivo pelo SUS.

Elo entre ensino e assistência

Nos hospitais-escola, estudantes e residentes médicos têm a oportunidade de vivenciar de perto a realidade do atendimento. Orientados por professores e médicos experientes, eles vão além da teoria e compreendem a complexidade dos casos clínicos, aprendendo a importância de oferecer um cuidado humanizado e de qualidade à população. Para a coordenadora de excelência acadêmica dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat, Viviane Chaiben, essa vivência prática é essencial. “A experiência nos hospitais-escola molda profissionais sensíveis às necessidades sociais. É ali que eles podem aplicar o aprendizado adquirido nos centros de simulação e em sala de aula, conversar com os médicos, entender e lidar com os dilemas emocionais de pacientes e familiares, além de vivenciar o cotidiano da Medicina”, afirma.

Junto ao aprendizado teórico adquirido nas salas de aula, a vivência em hospitais públicos e privados é fundamental para a formação de médicos mais completos. É o que acredita Leonardo Pereira Vieira da Cunha, de 27 anos, residente em Medicina Intensiva no Hospital Universitário Cajuru. “Essa experiência tem me proporcionado a oportunidade de aprimorar o manejo de pacientes críticos, colaborar com equipes multidisciplinares e desenvolver minhas habilidades de liderança”, analisa. Além da experiência no SUS, ele também tem a oportunidade de atuar no Hospital São Marcelino Champagnat. “Estar em um hospital privado tem ampliado minha visão sobre os diferentes níveis de complexidade e recursos tecnológicos disponíveis”, complementa.

Voltada para o desenvolvimento de competências profissionais, a residência médica é uma modalidade de pós-graduação destinada a formados em Medicina. Durante essa fase, o médico dedica 60 horas semanais à aprendizagem em serviço, totalizando mais de 2,8 mil horas de formação ao final de cada ano, com ênfase na vivência prática. A residência ocorre em instituições de saúde que funcionam como hospitais-escola, onde os pós-graduandos realizam atividades profissionais sob a supervisão de médicos especialistas. No Brasil, existem mais de 4 mil programas de residência, abrangendo 55 especialidades médicas e 61 áreas de atuação distintas.

Futuro da saúde

O papel dos hospitais-escola vai além da formação de médicos: eles também são fundamentais para a pesquisa e inovação em saúde. Por meio de estudos clínicos e da implementação de novas tecnologias, essas instituições contribuem para o avanço da Medicina e a melhoria contínua dos serviços de saúde oferecidos à população. Além disso, a integração entre ensino e prática clínica gera um ciclo virtuoso que beneficia tanto os alunos quanto os pacientes. “O benefício é mútuo, pois, ao mesmo tempo que o estudante complementa sua formação, o paciente se beneficia da curiosidade, do interesse e do tempo que o residente dedica a cada caso”, ressalta a médica intensivista dos hospitais que integram a frente de saúde do Grupo Marista.

À medida que o Brasil enfrenta desafios crescentes na saúde pública, a atuação dos hospitais universitários se torna cada vez mais relevante. O aumento da demanda por serviços médicos, a escassez de profissionais qualificados e as disparidades no acesso aos cuidados tornam essencial a ampliação e o fortalecimento desses centros de formação. “A existência de hospitais-escolas bem estruturados, com ambulatórios acadêmicos e bons preceptores, desempenha um papel crucial na formação do jovem médico. A cultura de cuidado e a postura profissional, baseadas em evidências e na excelência, inspiram os novos profissionais da saúde em sua trajetória e os orientam na organização de suas carreiras”, conclui Viviane Chaiben.

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