Confira artigo de Raphael Lopes, gerente financeiro da Embracon, economista e mestre em Educação
Ao alcançar dez milhões de participantes ativos, o sistema de consórcios registrou um recorde histórico em outubro de 2023. Com mais de seis décadas de existência, a modalidade vem ampliando sua presença em vários segmentos da economia, contribuindo para o crescimento de diversos setores e possibilitando a realização de objetivos pessoais e empresariais. No entanto, uma pesquisa de Economia Bancária e
expectativas da Febraban indicam uma expectativa de redução na taxa Selic para o ano de 2024 e 2025, com previsão de encerrar abaixo de 9,25%, o que poderia gerar uma possível volta do interesse do consumidor pelo financiamento bancário, tendo em vista a queda dos juros.
Baseando-se no Boletim FOCUS (Banco Central) de 03 de junho, os analistas apontam uma continuidade de crescimento na inflação e na Selic, influenciando o PIB no mesmo sentido. A projeção para a taxa básica de juros (Selic) voltou a mostrar alta, passando de 10% para 10,25% em 2024, enquanto a estimativa para 2025 subiu de 9,0% para 9,18%.
Consórcio como opção viável no planejamento financeiro familiar
De fato, as altas taxas de juros e novos hábitos de consumo impulsionaram o mercado de consórcios em 2023, mas não é correto afirmar que o consórcio sofrerá retração em um cenário com juros mais baixos nos próximos anos. O consórcio tem uma característica muito interessante: ele se adapta ao ambiente econômico. Quando falamos em mercado aquecido, com o consumo lá em cima, o setor acompanha. Por outro lado, quando enfrentamos um cenário de retração, de questões políticas e econômicas complexas, a população tende a poupar. Nesses momentos, quem busca o consórcio não busca uma ferramenta de compra e aquisição, mas um porto seguro.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o sistema movimentou mais de R$ 316,7 bilhões em 2023, representando um aumento de 25,6% em comparação ao ano anterior. Mais de 8 milhões de consorciados ativos movimentaram cerca de R$ 200 bilhões em créditos disponibilizados ao longo do ano. Entre os segmentos mais participativos, estão imóveis (20,8%), veículos leves (13,1%), motocicletas (4%) e veículos pesados (2,5%). A tendência de crescimento continua em plena força em 2024. Para se ter ideia, o setor cresceu 12% no primeiro trimestre, ao passo que a Embracon cresceu 55%.
Em um contexto de possíveis quedas na taxa Selic e de um ambiente econômico em constante evolução, o consórcio se consolida como uma opção robusta e adaptável para investidores e consumidores. A combinação de disciplina financeira, ausência de juros, proteção contra a inflação e a flexibilidade oferecida pelos consórcios torna essa modalidade uma alternativa atraente tanto para a aquisição de bens quanto para a diversificação de investimentos. Com uma sólida trajetória de crescimento e uma estrutura regulada pelo Banco Central, o consórcio se destaca como um porto seguro para aqueles que buscam segurança e planejamento em seus investimentos.