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Como o BaaS impulsiona a transformação digital em diferentes setores?

Marilyn Hahn, CRO e cofundadora do Bankly / Foto: Divulgação
Marilyn Hahn, CRO e cofundadora do Bankly / Foto: Divulgação

Confira artigo de Marilyn Hahn, CRO e cofundadora do Bankly

O movimento de digitalização da economia começou a ganhar força no início do século 21, mas foi na última década que acelerou significativamente. O surgimento de smartphones, o aumento da conectividade à internet e o desenvolvimento de tecnologias financeiras foram alguns dos catalisadores desse processo. Após a crise financeira global de 2008 (quando também surgiram as criptomoedas e a tecnologia blockchain), a digitalização se tornou uma prioridade para empresas e governos, impulsionando a adoção de tecnologias em vários setores e transformando a maneira como as pessoas realizam transações, gerenciam finanças e conduzem negócios.

No Brasil, as principais transformações estão agrupadas na agenda BC#, do Banco Central do Brasil, e envolvem o Pix, Open Finance, Drex e agregador financeiro, serviços que estão em uma nova lógica da economia chamada pelo BC de “dinheiro programável”, cuja proposta é prestar serviços financeiros para o cidadão e não mais ser o gestor do dinheiro do cliente.

Ou seja, o BC quer o cidadão “livre” para acessar qualquer oferta dentro do sistema financeiro nacional sem que esteja restrito à instituição X ou Y. Assim, o Banking as a Service (BaaS) emerge como ator fundamental e essencial para que diferentes setores possam se adequar rapidamente a este cenário inovador e que, com a adesão do Pix, segue revolucionando ainda mais a oferta de serviços financeiros no Brasil.

BaaS na prática

A ideia por trás do BaaS é permitir que qualquer empresa, como fintechs, varejistas, companhias de saúde, educação e até mesmo gigantes da tecnologia, ofereçam serviços financeiros aos seus clientes sem precisar estabelecer uma infraestrutura bancária tradicional. Isso é feito por meio de parcerias com bancos ou instituições financeiras que disponibilizam suas APIs (interfaces de programação de aplicativos) e plataformas para que essas organizações possam integrar soluções em seus próprios produtos e ecossistemas.

Pense no Pix. Se empresas, comércios, varejistas e prestadores de serviços fossem desenvolver suas próprias tecnologias para integrá-lo, certamente hoje muitos negócios teriam fechado por não estarem prontos para essa nova revolução. Por isso, o BaaS está se tornando uma ferramenta poderosa para diversos setores da economia.

Impactos positivos

Na área da saúde, por exemplo, os provedores podem aproveitar o BaaS para simplificar processos de pagamento e faturamento, além de oferecer opções de gerenciamento financeiro para pacientes. Instituições educacionais podem utilizar a tecnologia para tornar as transações de mensalidades mais flexíveis e gerenciar finanças estudantis de forma mais eficiente. Em estabelecimentos de alimentação, o BaaS também pode facilitar pagamentos móveis, oferecer processamento de pedidos automáticos e gestão de estoque integrada com transações automatizadas.

Além disso, as empresas do próprio setor financeiro, como bancos digitais e fintechs, encontram na integração com provedores de BaaS uma maneira mais fácil, rápida e eficiente de entrar no mercado, lançar produto e viabilizar o modelo de negócio sem se preocupar com as mais de 3 mil normas do Banco Central do Brasil. Inclusive as big techs, juntamente de gigantes globais como o PayPal, estão cada vez mais adotando o modelo para expandir serviços financeiros e alcançar novos mercados.

À medida que as empresas continuam a abraçar a transformação digital, o BaaS se consolida como um pilar fundamental, capacitando organizações de diversos setores a oferecerem soluções financeiras inovadoras, ágeis e eficientes. Com a capacidade de impulsionar a transformação digital, melhorar a experiência do cliente e liberar recursos valiosos, o BaaS está solidificando seu lugar como uma das tendências mais impactantes no mundo da tecnologia financeira.

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