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Como o propósito das pequenas e médias empresas transformam centenas de vidas

A importância do networking para alavancar negócios e empresas / Foto: Visual Tag Mx / Pexels
Foto: Visual Tag Mx / Pexels

Há quem acredite que para um negócio ter sucesso é essencial que haja um propósito muito bem definido. Diferentemente da meta, que diz onde um projeto pretende chegar (e está ligada a números e estatísticas), o propósito está conectado à mente criadora da empresa. Qual a razão por trás de um determinado CNPJ existir? É esse rompante que permite ao empreendedor dar os primeiros passos. E, no longo prazo, é o propósito que guia as ações tomadas no dia a dia — o que no mundo corporativo é chamado de cultura.

“No mundo empresarial, o propósito de uma organização é quando as necessidades de mercado são identificadas e atendidas a partir de competências centrais da empresa”, explica Sandro Magaldi, especialista em transformação de negócios e coautor do best seller “Gestão do Amanhã”. E, depois de fundada, é possível a uma empresa encontrar o seu propósito? O consultor explica que sim. “É um processo em constante construção. Muitos empreendimentos, especialmente de menor porte, surgem com o objetivo da sustentabilidade dos fundadores. Com o tempo, percebem que entregam algo além do produto ou serviço e, assim, encontram o propósito”, esclarece.

Além das pessoas que empreendem para fugir do alto índice de desemprego, há quem recorra ao empreendedorismo pela necessidade de criar algo de que sente falta no mundo. Nessa mistura perfeita de intuição e oportunidade, nascem os negócios de sucesso, que mudam não só a vida do próprio ecossistema organizacional, como também da sociedade.

Mais do que um discurso, o propósito se tornou uma referência para os consumidores. O relatório Purpose Premium Index, publicado no Brasil, revelou que 88% dos compradores preferem comprar marcas que defendem algo maior do que seus produtos e serviços. Como referência de empresas com valores e propósitos bem definidos, logo pensamos em grandes nomes: Natura, Disney, Apple, entre muitas outras. Mas será que esse posicionamento é uma exclusividade das gigantes do mercado? Empreendedores brasileiros comprovam que não. Confira! 

Matheus Marcondes e a profissionalização dos dentistas

Logo após formar-se, em 2003, Matheus Marcondes realizava 16 extrações por dia e conseguiu zerar a fila de 350 pessoas que esperavam para tirar os sisos em Ibiporã, no Paraná. Ao mesmo tempo, atendia em 17 clínicas de Londrina. Pouco depois, já como sócio de uma franqueadora, engordou 80 quilos ao liderar uma expansão malsucedida, antes de descobrir seu verdadeiro propósito: fomentar o empreendedorismo e valorizar, promover e viabilizar o atendimento odontológico artesanal, humano e responsável.

Foi assim que nasceu a Smile University, escola de marketing, gestão e negócios para profissionais de saúde, que hoje possui mais de 500 alunos matriculados. Fundada em 2018, propõe-se a capacitar dentistas e médicos em habilidades e conhecimentos não ensinados na faculdade, oferecendo-lhes melhores condições para competir no mercado privado de saúde, hoje bastante concorrido em razão da presença de inúmeras franquias e consultórios particulares.

“Repassamos conhecimentos sobre como angariar bons clientes e crescer financeiramente de forma saudável, expandir sua própria clínica e fomentar o empreendedorismo entre dentistas. Tudo isso de forma humana e responsável”, descreve Marcondes. “Todos os alunos são profissionais de saúde já consolidados, com ao menos 10 anos de formação. São dentistas que querem ter sua própria clínica, mas respeitando a forma artesanal de trabalhar, com respeito máximo ao cliente”.

Paulo Jubilut e a democratização do ensino

O professor Paulo Jubilut nunca foi fã do ensino tradicional. Em suas aulas, dispensava até mesmo a lousa. Depois de uma demissão, em 2011, decidiu apostar na internet para divulgar o seu próprio jeito de ensinar, com bom humor e didática lúdica. Por meio do seu canal de biologia no Youtube — considerado hoje o maior da disciplina no Brasil — a sua carreira ganhou projeção. Em virtude do sucesso dos vídeos, ele fundou o Biologia Total, que se tornou Aprova Total.

A plataforma online conecta estudantes de todo o Brasil a professores que são referência em suas disciplinas. Com valor muito mais baixo do que os tradicionais cursinhos pré-vestibulares, o Aprova Total torna a entrada no Ensino Superior uma ideia plausível para milhares de jovens. “Nos últimos dois anos, transformamos o sonho da aprovação em vestibulares de faculdades de ponta em realidade para 10 mil alunos”, conta o professor.

Mais do que ensinar fórmulas, o Aprova Total investe em um pedagógico afiado, com iniciativas tecnológicas e de conexão — este último, um pilar importante da jornada de Jubilut na educação. À frente das aulas de biologia na plataforma e em seu canal do YouTube, não são raros os depoimentos que recebe de alunos agradecendo por seu trabalho. “A educação mudou a minha vida. Sempre sonhei em ser professor e, hoje, a maior concretização é levar conhecimento que impacta e inspira a jornada de tantas pessoas”, ressalta.

All Set, uma agência de publicidade “people centric”

Tendo as pessoas da equipe como centro das operações e atenções (people centric), a All Set, uma das agências de publicidade pioneiras no Brasil na criação e gestão de in-houses, está entre as empresas brasileiras mais bem ranqueadas no item Governança Corporativa do Sistema B, comunidade global de líderes que usam os negócios para a construção de um sistema econômico mais inclusivo, equitativo e regenerativo para as pessoas e o planeta.

“Queremos criar, não a melhor agência do mundo, mas para o mundo. Melhores pessoas constroem um mundo melhor”, enfatiza Leopoldo Jereissati, sócio fundador da empresa. Com a aceleração da transformação digital durante a pandemia, a All Set triplicou de tamanho, passando de 40 para 120 funcionários em 2020. Hoje está com 135. O segredo para ninguém colapsar? Cuidar do maior ativo que a empresa cultivou ao longo de uma década de existência: a cultura. O sonho de Leopoldo é transformar a All Set na “Natura da Publicidade”, em alusão à marca ser referência mundial em sustentabilidade.

No ecossistema da agência, potencializar talentos é um pilar importante.  À medida que os profissionais vão galgando espaço e responsabilidades na organização, a remuneração aumenta. “Temos um acompanhamento contínuo para balizarmos nossa tabela salarial. Nosso foco é proporcionar oportunidades iguais de inserção no mercado de trabalho e crescimento para todas as pessoas na agência”, conta.

Além do desenvolvimento de carreiras, a All Set promove um programa de formação de líderes centrado na comunicação não violenta. Possui grupos para trocas sobre o mercado de trabalho, como também sobre temas socioculturais. Além disso, já atendeu como clientes pro bono organizações e ações como Onçafari, Instituto Taquari Vivo e SOS Pantanal. As preocupações sociais e de inclusão são características intrínsecas à agência — composta 50% por mulheres, 41% por pessoas declaradas LGBTQIA+ e 30% por pretos e pardos.

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