Ricardo Balistiero, economista e professor do Núcleo de Negócios do Instituto Mauá de Tecnologia, reúne dicas práticas para usar o pagamento extra com consciência
O mês de novembro marca o período em que os trabalhadores com carteira assinada recebem o 13º salário, benefício extra que representa 1/12 do salário por mês trabalhado. O pagamento pode ser dividido em duas parcelas, a primeira até o fim de novembro e a segunda até 20 de dezembro, conforme a legislação.
Embora o dinheiro extra seja um respiro bem-vindo no fim do ano, o uso sem planejamento pode resultar em endividamento e comprometer o início de 2026. Para evitar esse cenário, Ricardo Balistiero, economista e professor do Núcleo de Negócios do Instituto Mauá de Tecnologia -, explica a importância de definir prioridades antes de gastar. “Quando o trabalhador se organiza, consegue quitar dívidas, aproveitar melhor as oportunidades do período e ainda criar uma reserva para o próximo ano. O 13º salário deve ser visto como uma ferramenta estratégica para o orçamento”, afirma.
Ele reuniu orientações importantes para quem deseja administrar o benefício com equilíbrio. Confira as principais dicas:
- Quitar dívidas
A recomendação mais importante é usar o 13º salário para eliminar dívidas, especialmente as que possuem juros elevados. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 78% das famílias brasileiras permanecem endividadas em 2025. Esse é um indicador que reforça a fragilidade financeira dos lares.
“O 13º deve ser visto como uma receita extraordinária, ideal para liquidar dívidas antigas. Como muitos desses débitos têm juros altos, priorizá-los é a forma mais eficaz de aliviar o orçamento e começar o próximo ano com mais tranquilidade”, explica
- Planejar o ano seguinte
As promoções e as festas de fim do ano costumam estimular compras por impulso, mas o professor Ricardo Balistiero alerta que esse é justamente o momento de redobrar a atenção. Segundo o especialista, janeiro concentra diversas despesas que pesam no bolso, como impostos e matrículas escolares.
“Antes de comprometer o 13º em compras, vale olhar para as contas do início do ano. Planejar agora evita aperto em janeiro e ajuda a manter a saúde financeira organizada”, orienta.
- Construir uma poupança
Para quem tem o orçamento equilibrado, o benefício pode ser a chance de construir poupança consistente, capaz de garantir segurança em imprevistos ou apoiar projetos futuros.
“O 13º salário é a chance de formar uma reserva de emergência ou viabilizar planos importantes, como uma viagem ou a compra de um bem. É uma escolha que traz retorno no longo prazo”, comenta o professor e economista da Mauá.
Balistiero reforça que, independentemente da situação financeira, o mais importante é utilizar o recurso extra de forma consciente e estratégica. “Quando bem planejado, o 13º salário se transforma em um aliado para um ano novo mais tranquilo financeiramente”, conclui.
