Clima adverso, alta do dólar e custos de produção impulsionam o aumento do preço do café
Nos últimos meses, o café, uma das bebidas mais consumidas no Brasil, tem registrado aumentos significativos de preço. A economista Tcharla Bragantin, docente dos cursos de Gestão e Negócios do Centro Universitário Módulo, explica que a elevação está diretamente relacionada a uma combinação de fatores climáticos e macroeconômicos.
Apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial de café, as condições climáticas adversas, como secas prolongadas e altas temperaturas, afetaram severamente as últimas safras, reduzindo a oferta do produto no mercado interno e externo. “Essa escassez, aliada ao aumento da demanda global, pressionou os preços para cima, com parte da produção sendo direcionada para o mercado internacional”, destaca a especialista.
Outro fator determinante tem sido o impacto da valorização do dólar e o aumento dos custos de produção, impulsionados pela alta das taxas de juros. Segundo Tcharla, a escassez de produção em algumas regiões do Brasil e de outros países produtores reforça o cenário de preços elevados. “Quando a oferta diminui, mas a demanda permanece estável ou cresce, a lei da oferta e da demanda faz com que os preços subam, tornando o café um produto ainda mais valorizado no mercado”, analisa.
A tendência é que os preços permaneçam elevados nos próximos meses, devido aos reflexos das condições climáticas nas safras futuras. Para mitigar os impactos desse cenário, Tcharla sugere algumas medidas: “O governo deve focar no incentivo à produção, oferecendo linhas de crédito com condições favoráveis para pequenos e médios produtores. Já as empresas precisam adotar estratégias que visem à redução de custos e à otimização dos processos produtivos, logísticos e de venda”.
Embora o café seja um produto de baixa elasticidade de substituição, especialmente no Brasil, onde faz parte da cultura de consumo, os consumidores podem buscar alternativas para equilibrar o orçamento. “O consumo de bens substitutos, como chá preto, chá verde e chá mate, pode ser uma saída, assim como a pesquisa por melhores preços nos supermercados”, conclui a economista.