Na COP 30, o Brasil reforça o papel da transição justa, que alia descarbonização, geração de emprego e equidade social. Sustentalli defende que o eixo humano deve ser o centro da nova economia de baixo carbono
A transição para uma economia de baixo carbono não se constrói apenas com metas de descarbonização. Exige também inclusão produtiva, geração de renda e justiça social. É com essa visão que o Brasil chega à COP 30, que será realizada em Belém (PA), reafirmando seu papel de liderança global na construção de uma transição verde justa e inclusiva.
“A sustentabilidade de verdade começa por pessoas. Jovens, mulheres e comunidades vulneráveis precisam protagonizar a transição. A transição verde só é plena se for humana”, afirma Miriam Lüttgen, presidente da Sustentalli, cooperativa nacional formada por especialistas em sustentabilidade e governança.
Segundo ela, a conferência representa um marco simbólico e prático para o país.
Mais do que reduzir emissões, o desafio é transformar o crescimento econômico em oportunidade social, alinhando os compromissos climáticos às necessidades reais da população.
O conceito de transição justa, originado na Organização Internacional do Trabalho (OIT) e reforçado por instituições como o Instituto Clima e Sociedade (ICS) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), aponta que a descarbonização deve vir acompanhada de empregos verdes, capacitação e proteção social.
De acordo com Miriam Lüttgen, esse olhar integrado é o que diferencia a sustentabilidade de curto prazo da verdadeira transformação estrutural:
“Falar em economia circular e energias limpas é essencial, mas é insuficiente se as pessoas permanecerem invisíveis. O eixo social é tão relevante quanto o ambiental e o Brasil tem a oportunidade histórica de mostrar isso ao mundo na COP 30.”
Com a conferência sediada na Amazônia, o país poderá destacar políticas que unem soberania ambiental e desenvolvimento humano, valorizando comunidades locais, povos tradicionais e cadeias produtivas sustentáveis. Temas como emprego verde, financiamento climático, educação ambiental e governança inclusivadevem pautar os debates e orientar compromissos de longo prazo.
Para a Sustentalli, o sucesso da transição verde depende da capacidade de gerar dignidade, renda e oportunidades reais. A cooperativa atua em projetos de diagnóstico de maturidade em sustentabilidade e planejamento estratégico de impacto, apoiando empresas na integração entre eficiência ambiental, governança e inclusão social. O objetivo é transformar a sustentabilidade em instrumento de valor econômico e humano, alinhado às diretrizes globais da COP 30.
“Não há sustentabilidade sem inclusão. E não há futuro verde se ele não for compartilhado. A transição ecológica só fará sentido se for, ao mesmo tempo, ambiental, econômica e profundamente humana”, conclui Miriam Lüttgen.
