Pesquisa ACSP/PiniOn mostra que, neste ano, o consumidor demonstra maior confiança e pretende gastar mais na data promocional
Pesquisa de intenção de compra na Black Friday, realizada pela ACSP/PiniOn, revelou que 38,2% dos entrevistados a nível nacional (1.698 pessoas) pretendem fazer compras na data promocional a partir 24 de novembro. Já 35,7% responderam que não têm intenção de consumir, enquanto 26,1% estão indecisos. Em relação ao levantamento realizado no ano passado, houve leve redução tanto do número de entrevistados que manifestaram intenção de compra, como da quantidade daqueles que não têm intenção de consumir, enquanto o número de indecisos aumentou.
Com relação ao motivo de comprar durante a Black Friday, 22,2% dos consultados declararam ter intenção de antecipar compras para o Natal, 46,2% têm interesse em adquirir itens que estejam precisando, enquanto, a maioria (53,2%) respondeu que deseja comprar para aproveitar as grandes promoções e descontos que são oferecidos somente nesta data.
Para o economista do Instituto Gastão Vidigal da ACSP (IGV/ACSP), Ulisses Ruiz de Gamboa, “esses resultados parecem indicar que, a exemplo do que ocorreu nos últimos dois anos, não haverá ‘canibalização’ importantes das compras de Natal, gerando perspectiva de maior crescimento das vendas do varejo, tanto em novembro, como em dezembro”.
Do grupo de entrevistados que planejam realizar compras no período, 45,3% pretendem gastar mais do que em 2022, enquanto 23,1% desejam o contrário. Em relação ao nível de gasto, a grande maioria (57,5%) pretende gastar acima de R$ 400. Ruiz de Gamboa aponta que “em relação ao ano passado, aumentou o número de entrevistados com intenção de gastar mais durante a Black Friday, além de também ser maior a faixa de despesa pretendida, o que poderia ser explicado pelo avanço da ocupação e da renda e pela maior confiança do consumidor”, complementa o economista.
A pesquisa também apontou que a maioria das compras seria realizada em grandes redes do varejo (57,4%), e remotamente, pelo computador, celular ou tablet (54,0%), como tem sido frequente na Black Friday.
Na tabela abaixo, estão as principais categorias de bens e serviços que fazem parte da intenção de compra dos entrevistados, assim como se a forma de pagamento seria à vista (dinheiro/débito/PIX) ou parcelada. Vale recordar que mais de uma opção pode ser escolhida por cada um dos consultados.
Nas intenções de compra captadas, tal como no ano passado, continuam predominando, em termos individuais, roupas, calçados e acessórios (37,0%), celular (26,9%), perfume (21,4%), móveis e artigos para o lar (21,2%), computador, notebook e tablet (16,9%), televisor (17,4%) e artigos de linha branca (39,6%). Chama a atenção que, em geral, à semelhança dos resultados de 2022, existe maior preferência pelo pagamento à vista, o que refletiria o custo ainda elevado do crédito.
O economista do IGV/ACSP lembra que, tradicionalmente, artigos eletroeletrônicos apresentam a maior intenção de compra durante a Black Friday, mas que itens de uso pessoal seguem se destacando. “Isso pode estar relacionado ao fato dos produtos terem valores menores, mais acessíveis, considerando um contexto de situação financeira ainda relativamente difícil”.
Em síntese, a perspectiva para as vendas da Black Friday sugere um resultado superior a 2022, principalmente em decorrência dos aumentos da renda e do emprego e da elevação da confiança do consumidor.