O delegado da Polícia Federal e ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Marcelo Itagiba, fez um alerta contundente: o Brasil precisa de uma força-tarefa nacional permanente para enfrentar o crime organizado – e, sobretudo, de vontade política para agir.
Em entrevista ao programa Planos Seguros com ALM, apresentado por Cris Rassier, Head de Marketing da Seguradora ALM, e pela jornalista da BandNews FM, Maria Eduarda Vieira, Itagiba traçou um diagnóstico firme sobre o avanço das organizações criminosas no país e a falta de coordenação entre os órgãos públicos.
“Esses grupos são fortemente armados, com armas importadas, aterrorizando a população e confrontando o Estado. Não basta reprimir; é preciso reordenar o espaço urbano e combater a sensação de insegurança”, afirmou o delegado.
Crime organizado é questão de segurança nacional
Durante o bate-papo, Itagiba destacou que o Brasil vive um momento em que a criminalidade ultrapassa os limites da segurança pública tradicional e invade o campo da segurança nacional.
Segundo ele, a ausência de ações conjuntas entre instituições fragiliza a resposta do Estado diante de grupos armados cada vez mais sofisticados. “Falta vontade política nacional para fazer esse enfrentamento. Isso não é mais apenas segurança pública, é segurança nacional”, reforçou.
Coordenação, inteligência e foco nas vítimas
O delegado também criticou o que chamou de “discurso que relativiza o crime”, defendendo que o olhar das políticas públicas deve priorizar as vítimas e suas famílias, e não os criminosos. “Eu me preocupo muito mais com as vítimas do que com o criminoso. Primeiro precisamos olhar para quem sofre as consequências da violência. Depois, sim, pensar em como reintegrar o infrator”, disse.
Debate necessário
O episódio do Planos Seguros com ALM se soma a uma série de conversas que a Seguradora ALM vem promovendo com lideranças e especialistas sobre segurança, gestão de riscos e políticas públicas. A proposta do programa é ampliar o debate sobre temas que impactam diretamente a sociedade e o setor de seguros, sempre com uma abordagem clara, humana e estratégica.
