Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, analisou os dados e expressou sua preocupação com relação à inflação norte-americana
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos apresentou desempenho surpreendente para o terceiro trimestre, registrando um crescimento de 4,9%, quando as expectativas apontavam para um avanço de 4,3%. Esse número representa uma aceleração em comparação ao crescimento de 2,1% registrado no trimestre anterior.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, analisou os dados e expressou sua preocupação com relação à inflação. “Na abertura do PIB, vimos um forte investimento em moradia, além de um aumento no consumo, tanto no varejo quanto em serviços”, disse Cruz. Esse comportamento do consumo havia se centrado principalmente em serviços, com o varejo ficando em segundo plano, mas agora ressurge com relevância.
A taxa de inflação do setor de moradia no IPCA atualmente está em 7,2% na comparação anual, tendo alcançado valores próximos a 8% durante o ano. “Esses são os maiores patamares da série histórica”, destaca Gustavo, lembrando que a inflação de moradia representa entre 25% a 30% da inflação local. Esses números representam um desafio para o Federal Reserve, o banco central dos EUA, que luta para conter a inflação e mantê-la próxima à meta de 2%.
O retorno da inflação americana a patamares mais altos nos últimos meses, após um período de nove meses em queda, é outro ponto de atenção. “Esses dados do PIB indicam que essa tendência de alta na inflação pode se manter até o final do ano”, prevê Cruz.
Para o estrategista, essas informações provavelmente pressionarão o Banco Central do Brasil a manter sua taxa básica de juros e poderiam levar o Federal Reserve a considerar um novo aumento em sua taxa. “Dependendo do que acontecer no cenário econômico, o banco central dos EUA poderia considerar novos ajustes”, finaliza Gustavo Cruz.