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Especialistas discutem o futuro da Inteligência Artificial em último dia da Semana Caldeira

Laura Kroeff, da Box1824, responde perguntas do público durante Semana Caldeira / Foto: Divulgação
Laura Kroeff, da Box1824, responde perguntas do público durante Semana Caldeira / Foto: Divulgação

Potenciais de transformação de negócios e aceleração de soluções contrastam com falta de regulação da tecnologia

No último dia da Semana Caldeira, evento em Porto Alegre (RS) dedicado às tendências em tecnologia e inovação, as discussões sobre inteligência artificial dominaram a programação. Laura Kroeff, Vice-Presidente de Estratégia e Impacto da Box1824, Jomar Silva, Gerente de Relações com Desenvolvedores da Nvidia, Thiago Viola, Vice-Presidente de IA da IBM, Natália Marroni Borges, pós-doutoranda em Inteligência Artificial e Foresight na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Marcel Jientara, CEO e Founder da Alana AI, revezaram o palco da arquibancada do Instituto Caldeira para compartilhar experiências, preocupações e tendências desse setor.

Capaz de criar textos, imagens, músicas, códigos de programação, jogos e infinitas outras tarefas, a inteligência artificial generativa ganhou relevância global desde o ano passado, quando ferramentas que utilizam essa tecnologia passaram a ser massivamente utilizadas pela população. O Chat GPT, por exemplo, alcançou 1 milhão de pessoas em apenas cinco dias, sendo a ferramenta de adesão mais rápida da história da humanidade sem impulsionamento de mídia.

A absorção dessa tecnologia no ambiente corporativo provocou um estudo realizado pela McKinsey que revela que 79% dos executivos globalmente afirmam que já utilizam inteligência artificial, sendo que 22% deles fazem isso regularmente.

“A gente entrevistou especialistas em inteligência artificial e inteligência artificial generativa ao redor do mundo em algumas universidades bem importantes, como MIT, Universidade de Berlim, além de fazer uma pesquisa bem grande em todos os artigos que têm saído sobre isso. E uma coisa que é consenso é que o que torna ela realmente um game changer é essa capacidade de criar”, explica Laura Kroeff, Vice-Presidente de Estratégia e Impacto da Box1824.

Apesar do potencial dessa tecnologia em acelerar e transformar processos, superar os desafios regulatórios se mostra fundamental para estabelecer diretrizes de uso seguro, evitando, por exemplo, enviesamentos racistas, machistas e homofóbicos, vazamento de informações privadas compartilhadas nas ferramentas e uso inadequado do potencial generativo da inteligência artificial.

“O que vai mudar, para a gente entender se essa velocidade de desenvolvimento ela vai se tornar tão vertical assim ou se ela vai ficar um pouco menos acelerada, tem sido os avanços, que na nossa opinião são super importantes, em termos de legislação. […] É muito difícil entender o que ela [IA] pode fazer e ela já está disponível para as pessoas. Então, isso dentro do ambiente corporativo, pode trazer também uma série de desafios”, alerta.

Como estratégia para assegurar implementações seguras de ferramentas baseadas em inteligência artificial dentro das empresas, Laura orienta que sejam realizadas ações de letramento sobre o tema com as equipes e treinamento com as soluções, além da definição de uma política para o uso dos dados sigilosos e de projetos experimentais para explorar de maneira ética e segura os potenciais dessa tecnologia.

“Mantenham sempre os humanos no controle. Quanto mais a gente manter os humanos no controle e não trabalhar com ela na lógica de substituição, maior a chance da gente conseguir não entrar em alguns desses riscos”, aconselha.

Com contribuições significativas e potencial de tornar mais ágil e competitivo qualquer segmento, a inteligência artificial já está mudando profundamente os setores financeiros e de saúde. “A gente não está vendo nem a ponta do iceberg ainda. O Chat GPT é uma primeira iniciativa, mas já existem aplicações de IA generativa para pesquisa de fármacos que está encurtando de quatro anos e meio para um ano e meio pesquisas”, destaca Jomar Silva, Gerente de Relações com Desenvolvedores da Nvidia que participou ao lado de Thiago Viola, Vice-Presidente de IA da IBM, de um bate-papo moderado por Natália Marroni Borges, pós-doutoranda em Inteligência Artificial e Foresight na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

“A gente passou 10, 15 anos falando que os dados eram extremamente importantes. ‘Reúnam os dados, armazenem, vamos utilizar, vamos trabalhar’, então agora chegou a hora de conseguir juntar todas essas disciplinas”, considera Thiago ao propor a colaboração e a interconexão para aproveitar o potencial máximo da inteligência artificial.

Além da utilização dessa tecnologia para aprimorar a atuação dentro das empresas, a IA pode estar no centro da solução do negócio desde a concepção, conforme comenta Marcel Jientara, CEO e Founder da Alana AI, scale-up brasileira com foco em customer experience dedicada ao design da inteligência artificial criada de forma proprietária e com língua nativa em português. Ele compartilhou durante o Talk que encerrou a programação da Semana Caldeira, cinco aprendizados sobre a construção de uma startup de inteligência artificial. São eles, entendimento do papel do fundador nesse momento, da escolha do modelo de negócio como motor ou aplicativo de AI, dos cases e modo de uso dessa tecnologia, do foco do time técnico e, por fim, da definição de priorização entre os quatro pilares de sucesso — tecnologia proprietária, economia de escala, branding e efeito de rede.

“Não tem como você ter uma startups de AI bem sucedida se você não tem dois desses [pilares] muito fortes. Os outros dois ainda são detalhe” e complementa, “tecnologia proprietária é super importante se você for um motor, e efeito de rede se você for um aplicativo é fundamental”.

Semana Caldeira

Durante quatro dias a Semana Caldeira, evento organizado pelo Instituto Caldeira, hub de inovação de Porto Alegre, reuniu palestrantes nacionais, internacionais e executivos de renome para debater questões relacionadas à educação, governo, tecnologia e inteligência artificial em masterclasses, workshops, talks e conversas abertas em uma programação exclusiva para membros da Comunidade Caldeira.

Além disso, durante todos os dias do evento, os empreendedores participaram do Caldeira Pitch com startups de diferentes segmentos apresentando soluções e modelos de negócio, e do Caldeira Pitch Reverso, que apresentou os desafios de diferentes organizações em busca de startups que solucionem seus desafios.

A Semana Caldeira é realizada pelo Instituto Caldeira com patrocínio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Turismo e do Banco Topázio. O evento contou ainda com o apoio da Dell Technologies, McAfee, Instituto Eldorado, TKE, Alana AI e Suno Paim.

Instituto Caldeira

O Instituto Caldeira é um hub de inovação e fomento à nova economia, localizado no coração de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Estabelecido em mais de 22 mil m² no Distrito Industrial da capital gaúcha, o Caldeira promove programas de aceleração para startups, eventos de conexões e programas de inovação aberta. Em mais de 20 salas de reunião, 4 espaços de eventos e cerca de 120 posições de coworking para uso dos membros, o espaço físico ainda abriga 100 empresas residentes, startups, poder público e universidades, unindo iniciativas diversas em prol do desenvolvimento tecnológico na região. Além dos programas de desenvolvimento de startups, o Caldeira promove eventos semanais sobre temas centrais para o avanço do ecossistema de inovação. A plataforma de educação, o Campus Caldeira, também é sediada no espaço físico exclusivo dedicado a operações de ensino superior e profissionalizante. Na última edição o Nova Geração, principal programa da iniciativa, foram selecionados 5 mil jovens para capacitação em tecnologia. O Instituto Caldeira foi reconhecido no Top 3 pelo Startup Awards e no Top 25 na categoria Ecossistema pelo 100 Open Startups, ambos em 2022.

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