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Especialistas em comércio exterior apontam a oscilação do volume cambial e a sazonalidade como pontos de atenção nos resultados do primeiro trimestre

Foto: Adam Nir / Unsplash
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Análise conduzida pelo transferbank e Logcomex abrange o desempenho do país no primeiro trimestre do ano e as perspectivas para o futuro do comércio exterior

De acordo com um levantamento produzido pelo transferbank, uma das principais soluções de pagamentos e recebimentos internacionais para importadores e exportadores do Brasil, e a Logcomex, plataforma que ajuda as empresas a planejar, monitorar e automatizar o supply chain global, houve uma queda de 4,45% no volume cambial no primeiro trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior. Divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC), os dados mostram que as exportações cresceram 9,32%, enquanto as importações diminuíram 5,9% (USD 52.2 Bi vs. USD 49.2 Bi).

“Os resultados cambiais ressaltam as mudanças constantes que ocorrem no universo do câmbio, que acontecem por conta de diversos fatores”, enfatiza Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank. “Por essa razão, é imprescindível que as empresas e instituições públicas acompanhem os padrões do mercado através de estudos como esse. Assim, poderão apostar em mecanismos e soluções tecnológicas para lidar com o câmbio, adequadas para lidar com elas, afastando os potenciais impactos negativos dessa volatilidade”, completa.

Diante desse cenário, a Secex também lançou novas previsões. Quanto à expectativa da balança comercial em 2024, a expectativa é a de um crescimento de 1,9% na corrente de comércio, subindo para US$ 592 bilhões.

As importações também aumentaram, com uma previsão agora de US$ 259 bilhões (+7,6%). Por outro lado, as projeções para as exportações recuaram 2,1%, alcançando agora US$ 333 bilhões. Ambas as perspectivas resultaram na diminuição da previsão do saldo comercial para este ano, que agora está em US$ 74 bilhões.

Bazzo explica essa dinâmica: “O aumento da atividade econômica interna impulsiona a importação de diversos tipos de produtos, tais como bens de capital, que representam investimentos; insumos e bens intermediários, essenciais para a produção nacional; e bens de consumo, devido ao crescimento da renda disponível. Em contrapartida, a queda nos preços das mercadorias exportadas acelerou durante o mês de março, o que contribuiu para a redução do valor previsto para as vendas externas. Além disso, o crescimento da demanda mundial está ocorrendo de forma lenta e há uma menor disponibilidade interna de produtos agrícolas para exportação”, diz.

Marcas atingidas no primeiro tri de 2024

O levantamento revela que foi apresentado um superávit de US$ 19,08 bilhões no país, marcando um crescimento de 22,2% no intervalo de tempo pesquisado. As exportações totalizaram US$ 78,27 bilhões, o que representa um aumento de 3,2%. Já em relação às importações e a corrente de comércio (soma das exportações e importações brasileiras), as marcas atingidas foram de US$ 59,19 bilhões e US$ 137,47 bilhões, equivalentes a uma redução de 1,8% e uma elevação de 1%, respectivamente.

Outro ponto de destaque se refere aos setores e produtos exportados na indústria extrativista, que apresentou uma elevação de US$ 3,22 bilhões (18,7%). No que diz respeito aos itens importados, o segmento agropecuário chamou a atenção, aumentando o seu valor em US$ 0,07 bilhão (5,6%).

Apesar disso, o último mês de março apresentou recuos em comparação ao mesmo período do ano passado. As exportações somaram US$ 28 bilhões nesta época, em contraste com os US$ 32,83 bilhões registrados em 2023, representando uma queda de 14,8%. As importações também reduziram de US$ 22,07 bilhões para US$ 20,5 bilhões, redução de 7,1%. Como resultado, a corrente de comércio e o superávit diminuíram 11,7% e 30%, alcançando os patamares de US$ 48,5 bilhões e US$ 7,5 bilhões.

Para Bazzo, a explicação do desempenho está no alto nível de comparação. “Março de 2023 estabeleceu um recorde histórico de exportações mensais. Além disso, as importações também foram elevadas, contando com mais dias úteis em relação a março de 2024”, reforça.

Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex, complementa o raciocínio, ressaltando a importância de analisar detalhes como esses para prever tendências. “As empresas e autoridades governamentais precisam extrair insights estratégicos dessas quedas, para que possam adaptar suas estratégias conforme o necessário. Só assim saberão identificar oportunidades e mitigar os desafios apresentados pelo ambiente do comércio global”, conclui.

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