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Estudo expõe desigualdade global do câncer de mama e reforça urgência no rastreio e na detecção precoce

Outubro Rosa: mercado de seguros oferece produto exclusivo para mulheres / Foto: Ave Calvar Martinez / Unsplash Images
Foto: Ave Calvar Martinez / Unsplash Images

Mamografia é a principal forma de diagnóstico, mas exames complementares, como ultrassom de mamas e axila, também podem trazer informações relevantes

Um estudo na revista Nature Medicine¹ revelou diferenças drásticas nas taxas globais de sobrevivência ao câncer de mama. A pesquisa aponta que, embora os países ricos tenham mais diagnósticos, nações de baixa e média renda – como o Brasil – enfrentam taxas de mortalidade mais elevadas por causa do acesso limitado à detecção precoce e ao tratamento.

A análise, que avaliou dados de 2022 e projetou o impacto até 2050 em 185 países, mostrou que as taxas de mortalidade são maiores em regiões mais pobres. Em 2022, foram registrados 2,3 milhões de novos casos e 670 mil mortes globais, mas a desigualdade era notável: mulheres com menos de 50 anos em países de baixa renda tinham quatro vezes mais probabilidade de morrer de câncer de mama do que em países de alta renda.

Se as tendências atuais persistirem, a estimativa – de acordo com os pesquisadores – para 2050 é de 3,2 milhões de novos casos e 1,1 milhão de mortes, com um aumento de 145% tanto em casos quanto em óbitos nos países de baixa renda.

Segundo Marisa Aidar, radiologista e especialista em exames de mama da clínica CDPI e do Alta Diagnósticos, da Dasa, no Rio de Janeiro, isso demonstra a importância da prevenção e da detecção precoce por meio dos exames de rotina.

“O objetivo do rastreamento é alcançar mulheres que ainda não possuem sinais ou sintomas sugestivos de câncer. Assim, conseguimos identificar, por meio de exames de imagem, alterações indicativas da doença o mais cedo possível e encaminhar as pacientes com resultados fora do esperado para uma investigação por biópsia. A detecção na fase inicial da condição representa uma chance de cura para nove entre dez mulheres”, explica.

Mamografia é o exame base, mas o ultrassom de mama e axila podem dar pistas estratégicas sobre a doença

De acordo com a radiologista, a mamografia é a principal ferramenta de diagnóstico, fundamental para a detecção de lesões em estágios iniciais, o que aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento.

“O rastreio do câncer de mama deve começar aos 40 anos para mulheres sem casos da doença na família e aos 35 ou 30 anos para aquelas que têm casos, principalmente em parentes diretos, como a mãe, em que se suspeita de risco genético”, detalha Marisa, reforçando que cada caso deve ser individualizado pelo médico que acompanha a paciente.

Entanto, o ultrassom de mama e axila atua como um exame complementar importante, especialmente em mamas densas ou em casos de investigação de achados suspeitos.

A avaliação da axila é considerada importante e complementar ao ultrassom de mamas e mamografia, por ser o principal ponto de drenagem linfática da mama. Um achado alterado nessa região pode ser a primeira evidência de que a doença está se desenvolvendo ou já se espalhou.

Marisa Aidar explica a relevância dessa investigação: “No ultrassom, às vezes, não conseguimos ver um nódulo na mama, mas, ao olhar o exame da axila, podemos perceber um linfonodo alterado na região, ou seja, um indício de que pode ter alguma coisa errada com as mamas, partindo, assim, para uma investigação aprofundada. Agora para casos de pacientes que já têm câncer de mama, o exame da axila pode mostrar, por exemplo, se há metástase ou alteração nos linfonodos”, detalha a médica.

A especialista reforça que essa “dica” no linfonodo axilar pode levar à necessidade de outros exames, como ressonância, para localizar e caracterizar o tumor primário. A médica também lembra que, por ser um exame complementar, a inclusão da axila no ultrassom depende da solicitação do médico que acompanha a paciente.

“O combate à alta incidência de câncer de mama no Brasil e à disparidade global na sobrevida passa, necessariamente, por um investimento contínuo na conscientização, no acesso à mamografia e na inclusão estratégica do ultrassom de axila nos protocolos de rastreio e investigação.”, finaliza. 

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