27º Congresso Abramge trouxe painel sobre o tema, reunindo regulador e especialistas de renome
Nesta sexta-feira, 22/9, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) marcou presença no 27º Congresso Abramge, evento que ocorreu em São Paulo e conta com o apoio institucional da entidade. Realizado pela Associação Brasileira de Planos de Saúde, o evento discutiu a temática “Saúde 2030 – Caminhos para a Sustentabilidade”, reunindo cerca de 700 participantes por dia entre 21 e 22 de setembro.
Na ocasião, a diretora diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente, participou do painel “Desafios da Incorporação Tecnológica em Saúde”, ao lado de Alexandre Fioranelli, diretor da Diretoria de Normas e Habilitação de Produtos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e Vanessa Teich, Diretora de Economia da Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein. Com a moderação de Cássio Ide Alves, superintendente médico da Abramge, eles debateram sobre as complexidades que envolvem a incorporação de tecnologias no setor de saúde.
Durante a sua apresentação, Vera Valente lembrou que o processo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) prioriza a segurança do paciente. “Essa é uma prática existente em todos os países do mundo, que visa avaliar a efetividade dos novos medicamentos e procedimentos, o desfecho clínico e a capacidade dos sistemas de saúde de financiá-los. Seja no sistema público ou no privado, quem paga a conta das incorporações são os contribuintes ou beneficiários. E diante de recursos limitados, a comprovação da efetividade e segurança dos novos tratamentos se faz mais importante do que nunca”, afirmou a executiva.
De acordo com a executiva, em 2022 foram incluídas 55 novas coberturas obrigatórias no rol da ANS. Entre essas está o medicamento Zolgensma, cujo valor da dose única é de R$ 7,6 milhões. Atualmente mais de 80 operadoras do mercado, das cerca de 640 em atividade no país, não têm esta receita anualmente.
“A velocidade da inovação e os custos de novos medicamentos e procedimentos são grandes desafios para os sistemas de saúde em todo o mundo. Como fazer para que os escassos recursos disponíveis permitam curar e salvar o maior número de vidas possível? Na raiz desse dilema estão escolhas que podem privilegiar a coletividade ou, alternativamente, beneficiar apenas alguns indivíduos. A sociedade brasileira precisa ter a clareza de que, cada vez que uma opção é feita, outras tantas alternativas ficam pelo caminho”, explicou Vera.