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Ferramenta vai mensurar perdas financeiras por risco de enchente

Ana Paula de Almeida Santos, diretora de Sustentabilidade e Relações de Consumo da CNseg, está entre os presentes no encontro inédito promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e o Climática do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA)/ Foto: Divulgação
Ana Paula de Almeida Santos, diretora de Sustentabilidade e Relações de Consumo da CNseg, está entre os presentes no encontro inédito promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e o Climática do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA)/ Foto: Divulgação

Modelagem será uma ponte para que as seguradoras possam criar abordagens próprias de avaliação quantitativa dos impactos de riscos climáticos

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) lidera um projeto piloto para elaboração de uma nova ferramenta que projetará as perdas financeiras provocadas por riscos de inundações urbanas no Brasil. A solução, idealizada em conjunto com as associadas da entidade, será lançada até novembro e auxiliará no desenvolvimento de novos produtos, coberturas e serviços que considerem a exposição climática como fator. O modelo está alinhado com os objetivos do Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS) na medida em que apoia as empresas na construção de ferramentas baseadas em metodologias de análises que preveem as ameaças climáticas.

Baseada na metodologia de modelagem de riscos naturais (Nat Cat Model), a ferramenta utiliza dados históricos das seguradoras examinados com parâmetros fixos, científicos e estatísticos, para mensurar potenciais impactos econômicos provocados por catástrofes naturais. A nova solução será uma ponte para que as seguradoras possam criar as próprias abordagens para a avaliação quantitativa dos impactos de riscos climáticos. Esta ação foi antecedida pelo mapeamento dos 11 principais riscos climáticos físicos nas capitais do país e cidades selecionadas, que originou na construção de um mapa de calor (Heat Map) para medir a exposição brasileira a tais riscos e por um ciclo de capacitações das seguradoras com relação ao tema.

A diretora de Sustentabilidade e Relações de Consumo da CNseg, Ana Paula de Almeida, explica que quanto melhor a assertividade das seguradoras em relação à gestão dos riscos, mais “blindados” e protegidos estão setores chave da economia. “Instituições financeiras são a engrenagem para vários setores da economia e os riscos climáticos, se não avaliados corretamente, constituem uma ameaça à estabilidade do sistema financeiro”, destaca a executiva.

A ferramenta construída integra o projeto “Construindo seguros para transição climática”, que é o desdobramento para o Brasil do relatório Insuring the Climate Transition, publicado em 2021 pela United Nations Environment – Programme Finance Initiative (UNEP- FI), braço financeiro da ONU para questões climáticas. O projeto original apresentou análises importantes, mas que refletem a realidade das seguradoras que atuam majoritariamente em países desenvolvidos.

Diante disso, a CNseg e as associadas participantes do projeto construíram uma metodologia que pudesse ser replicada no Brasil, refletindo a realidade de riscos climáticos sob a perspectiva da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD), incluindo a adaptação de ferramentas e disponibilização de dados. O projeto nacional atende o terceiro item do pilar “Imagem do Seguro” do PDMS, que trata da promoção da agenda ASG no setor com foco no ambiental, ao identificar a necessidade de implementação de medidas que ampliem a concretização de ações para a diversidade, inclusão e proteção à sustentabilidade no setor.

Além disto, o projeto faz parte de uma esteira de compromissos assumidos pelo setor de seguros com a agenda de sustentabilidade e com endereçamento de questões climáticas. A Confederação Nacional das Seguradoras é signatária e cofundadora dos Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI), estabelecidos pela Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP-FI), lançados em 2012 em parceria com a indústria global de seguros. Os PSI são um conjunto de diretrizes utilizadas como referência mundial ao mercado segurador no tratamento de riscos e oportunidades relacionados a questões ASG.

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