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Golpes na Black Friday: Os cuidados necessários na hora de pagar

Orli Machado, CEO da C&M Software / Foto: Divulgação
Orli Machado, CEO da C&M Software / Foto: Divulgação

Pix copia e cola e zerar conta estão entre as fraudes que o consumidor precisa estar atento

Uma das épocas mais esperadas pelo varejo e consumidores brasileiros, a Black Friday pode tanto surpreender positivamente, com mega descontos e produtos especiais, quanto negativamente, com golpes e fraudes financeiras que podem lesar o consumidor.

Dentre as ações criminosas que estão circulando pelo mercado, golpes utilizando o PIX apresentam certa recorrência e cada vez mais novas formas de estelionato estão surgindo. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nos últimos cinco anos, o número de ocorrências dessa natureza quadruplicou no país, saindo de 426 mil, em 2018, para quase 2 milhões, em 2022. Uma média de 207 casos por hora.

“Com a facilidade do meio de pagamento, como é o caso do Pix, mais aproveitadores surgem tentando burlar o método e lesar o usuário. No entanto, a modalidade possui uma série de etapas de segurança interna que podem impedir os criminosos de fraudar a transação”, comenta Orli Machado, CEO da C&M Software.

Golpe do “Pix Copia e Cola”

Um dos novos golpes é do “Pix Copia e Cola”. O método visa fraudar compras online, substituindo a chave Pix emitida pelo lojista por uma chave aleatória que direciona os valores para a conta dos criminosos.

Segundo estudos da empresa russa de cibersegurança, Kaspersky, o golpe é efetuado por meio de um malware identificado como GoPix, que entra na área de transferência do computador acessando todas as informações copiadas pelo usuário ao utilizar o atalho Ctrl + C ou X do teclado.

“Neste golpe, principalmente o usuário de Android, deve se atentar ao momento da conclusão do pagamento, conferindo os dados do recebedor da transação, checando CPF ou CNPJ, nome e banco do destinatário do Pix. Caso as informações sejam divergentes à empresa responsável pela venda do produto, o pagador deverá parar imediatamente a transação e reportar ao varejista”, comenta Machado.

O malware que pode zerar a conta via Pix

Além do golpe do Pix Copia e Cola, outro golpe que vem se espalhando pelo Brasil é o golpe do Pix “Zerar a Conta”. Nesse golpe, os criminosos entram em contato com as vítimas se passando por funcionários de bancos, oferecendo uma atualização para o aplicativo bancário da vítima, até mesmo oferecendo a possibilidade de aumento de crédito em eventuais compras para a Black Friday.

O criminoso envia um link com um acesso fictício para a atualização, contendo o malware que infecta o aparelho celular e invade os aplicativos bancários, retirando todo o saldo da conta via transações Pix.

“Nesses casos, o usuário precisa estar atento aos canais oficiais dos bancos, tanto as redes sociais verificadas, quanto aos números telefônicos corretos. O consumidor também precisa estar atento às informações solicitadas via telefone, sms ou whatsapp”, comenta o CEO.

Mecanismos de segurança do Pix

Desde o seu lançamento em 2020, o Pix desenvolveu protocolos de segurança e mais camadas de proteção para seus utilizadores. Entre as ferramentas de proteção está o MED (Mecanismo Especial de Devolução). Desenvolvido em 2021 pelo Banco Central, o sistema  possui uma gama de regras e procedimentos operacionais para as instituições financeiras participantes, possibilitando efetivar a devolução do dinheiro via Pix.

As instituições financeiras que disponibilizam o sistema Pix aos seus usuários são obrigadas a possibilitar o acesso ao mecanismo. A solicitação de MED pode ser feita apenas uma vez por transação Pix. Para realizar a solicitação, o cliente deve entrar em contato com os canais de atendimento dos bancos.

Além disso, o Pix conta com o DICT (Diretório de Identificação de Contas), utilizado quando uma transação está para acontecer, então ele é acionado, os dados do destinatário, como CPF, nome, informações bancárias e chave são confirmados e então o Pix é efetuado. Somando-se às duas opções de segurança, o Bacen e o Conselho Monetário Nacional instituíram a Resolução Conjunta Nº 6, que estabelece critérios para o compartilhamento de dados e informações sobre indícios de fraudes a serem observados pelas instituições financeiras.

“A facilidade e instantaneidade do Pix tornam as vendas mais rápidas e eficientes, eliminando intermediários no processo. Com a Black Friday, a demanda por compras deve aumentar, o que pode gerar um aumento no número de transações e, consequentemente, de golpes. Para se proteger, o usuário do Pix deve estar atento aos contatos e canais oficiais dos bancos e instituições financeiras, além de conferir atentamente os dados do vendedor ou do recebedor na finalização da transação.”, finaliza Orli.

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