Evento, promovido pelos Sindicatos de Corretores de Seguros do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, reúne especialistas do setor para debater desafios e soluções no mercado de seguros
Em entrevista durante o Congresso Sul Brasileiro dos Corretores de Seguros (Brasesul 2025), realizado nesta semana na capital gaúcha, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, destacou a urgência de uma política nacional de seguros para proteger estados e municípios contra os impactos de eventos climáticos extremos. O evento, promovido pelos Sindicatos de Corretores de Seguros do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, reuniu especialistas do setor para debater desafios e soluções no mercado de seguros.
Leite, que participou do painel de abertura do evento, compartilhou a experiência do Rio Grande do Sul após o maior desastre climático já registrado no Brasil em termos de extensão e população impactada. O governador detalhou as ações do Plano Rio Grande, iniciativa do Estado para reconstrução e prevenção de futuros eventos extremos, e enfatizou a necessidade de uma abordagem nacional para garantir proteção e previsibilidade diante das mudanças climáticas.
“É impossível blindar completamente o Estado contra eventos climáticos futuros”, afirmou Leite. “Por mais que façamos investimentos em infraestrutura, sistemas de monitoramento e planos de contingência, eventos extremos podem trazer prejuízos significativos. Por isso, é fundamental termos uma política de seguros que ofereça proteção e segurança”.
O governador lembrou que, embora o desastre climático recente no Rio Grande do Sul não tenha sido o mais letal da história do país – com 183 vidas perdidas e 27 desaparecidos –, foi o mais impactante em termos de danos materiais e extensão territorial. Mais de 400 municípios foram afetados, com perdas significativas em infraestrutura, equipamentos públicos e ativos privados. “Foi, sem dúvida, o maior desastre climático já registrado no Brasil em termos de danos e abrangência”, reforçou.
Plano Rio Grande e a busca por resiliência
Dentro do Plano Rio Grande, o governo estadual tem atuado em diversas frentes para mitigar os efeitos de futuros desastres. Entre as medidas estão a implantação de sistemas de radares meteorológicos, a reconstrução de infraestruturas danificadas e a elaboração de planos de contingência mais robustos. No entanto, Leite ressaltou que, além dessas ações, é essencial criar uma cultura de prevenção e proteção financeira por meio de seguros.
“A política de seguros é um pilar fundamental para garantir a resiliência do Estado e dos cidadãos”, explicou. “Precisamos de um modelo que seja viabilizado em nível nacional, com a colaboração de todos os estados e do governo federal. O Rio Grande do Sul está disposto a compartilhar sua experiência e contribuir para a construção dessa política”.
O governador também destacou a importância do setor de seguros no processo de recuperação econômica após desastres. “Os corretores de seguros têm um papel crucial nessa discussão. Eles são os agentes que podem levar essa proteção para as pessoas, empresas e governos, garantindo que todos estejam preparados para enfrentar os desafios climáticos”.
Desafios e oportunidades para o setor
A fala de Leite ecoou entre os participantes do Brasesul 2025, que debateram os desafios e oportunidades do setor de seguros diante do aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos. Para muitos especialistas, a criação de uma política nacional de seguros contra desastres naturais é um passo essencial para garantir a sustentabilidade econômica e social do país.
O presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul, João Carlos Müller, destacou que o congresso foi um espaço importante para discutir propostas concretas. “O setor de seguros precisa se adaptar rapidamente às novas realidades climáticas. A fala do governador Eduardo Leite reforça a necessidade de unirmos forças para construir soluções que beneficiem toda a sociedade”.
Enquanto isso, o Rio Grande do Sul segue como um exemplo de resiliência e inovação na gestão de crises. Com o Plano Rio Grande e a defesa de uma política nacional de seguros, o Estado busca não apenas se recuperar dos danos recentes, mas também se preparar para os desafios do futuro. “Não podemos mais tratar os desastres climáticos como eventos isolados. Eles são uma realidade, e precisamos estar preparados”, concluiu Leite.
