Diferente do financiamento, o consórcio não conta com a incidência de juros
O Governo Federal e a Caixa Econômica Federal anunciaram recentemente algumas mudanças no modelo de financiamento de imóveis, a fim de aquecer este mercado. A Instrução Normativa no 9 do Ministério das Cidades, mudou o orçamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para destinar mais recursos aos descontos no financiamento de imóveis usados, para famílias com renda de até R$ 4,4 mil.
Assim, foram anunciadas novas regras para o financiamento de imóveis usados, destinadas a ampliar a contratação por famílias de baixa renda. Nas regiões Sul e Sudeste, elas estabelecem uma razão limite entre o valor do financiamento e o valor de venda do imóvel: 80% para famílias com renda até R$ 5,5 mil, 75% para famílias com renda entre R$ 5,5 mil e R$ 6,5 mil, e 70% para famílias com renda entre R$ 6,5 mil a R$ 8 mil.
Isso significa que aqueles que possuem renda superior a R$ 6,5 mil podem ser incentivados a comprar imóveis novos, que exigirão menor valor de entrada. Já no programa Pró-Cotista, para famílias com renda até R$ 12 mil, o financiamento fica em 60% para aquisição de imóveis usados.
Consórcio é alternativa vantajosa
Entretanto, existe uma opção vantajosa para o bolso do consumidor: o consórcio. É possível escolher um valor de crédito, que varia de R$ 80 mil a R$ 1 milhão, e investir em uma parcela mensal que cabe no bolso.
Ao ser contemplado, o que pode ocorrer por lance ou sorteio, o consorciado tem a liberdade de escolher o imóvel que desejar, podendo ser residencial (para viver com a família ou para locação) ou comercial (para empreender ou gerar renda extra). Além disso, é possível também investir o valor do crédito em reforma ou construção.
“A modalidade ainda tem como vantagens, a ausência de juros e a atualização do crédito, que no caso de imóveis, é realizada anualmente pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), o que mantém o poder de compra do consumidor. Quando o consorciado tem a carta contemplada, ele recebe o valor total do crédito, com isso pode fazer uma compra à vista e negociar o preço do imóvel com o vendedor. O consórcio pode ser utilizado de diversas maneiras, como na concretização do sonho da casa própria, na aquisição de imóveis em leilão, na construção de uma aposentadoria imobiliária, dentre outras. Há também a opção de se usar o consórcio como investimento”, explica Avelino Andrade, diretor master licenciado Ademicon.
Números do setor
Segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC), nos últimos 20 anos, desde 2005, foram contemplados aproximadamente 1,38 milhão de consorciados, que puderam iniciar ou ampliar seus patrimônios pessoais, familiares, profissionais e empresariais. Em levantamento feito de 2019, um pouco antes da pandemia, até março deste ano, foram registradas pouco mais de 480 mil contemplações, 34,8% do acumulado em duas décadas. Até março último, o consórcio para aquisição de imóveis contava com 1,77 milhão de participantes ativos com diversos objetivos.
Uma pesquisa recente, realizada pela ABAC, indica que até março deste ano, o volume de participantes ativos no consórcio de imóveis era composto 82% de pessoas físicas e 18% de pessoas jurídicas. Entre as físicas, houve predominância de homens, com 58%, de mulheres, com 31%, e de outros gêneros, com 11%. Nas faixas etárias, a maioria de 56% foi formada por aqueles que têm acima de 45 anos. Em seguida, com 31,6%, estiveram os da faixa de 31 a 45 anos, e com 12,4%, os que tinham de 18 a 30 anos.
Ademicon é destaque no segmento
No primeiro quadrimestre deste ano, a Ademicon comercializou R$ 5,3 bilhões em créditos, somente no segmento de imóveis, um crescimento de 46%, em relação ao mesmo período de 2023. Somente em abril, foram negociados mais de R$ 1,4 bilhões em créditos no setor.
No geral, a marca alcançou mais de R$ 7 bilhões em créditos comercializados no quadrimestre. O valor é 40% maior que no mesmo período de 2023. Para 2024, o objetivo é atingir R$ 23 bilhões em créditos vendidos, 25% a mais do que o resultado de 2023.
Clientes satisfeitos
Ronaldo Brandão, 54 anos, corretor e design de interiores, do Rio de Janeiro (RJ), tem três cotas de consórcio. Duas de imóveis para investimento e uma de veículos que já foi contemplada. “Eu acho uma ótima forma de se conseguir independência financeira investindo em imóveis, por exemplo, e também ajudar em planos como troca de veículos, como aconteceu comigo. Pretendo adquirir uma nova cota, desta vez de serviços, em breve”, comenta.
Já Cleverson Cruz, 44 anos, empresário, de Curitiba (PR), foi contemplado em 2 meses, por lance. Comprou o terreno para construir a casa tão desejada para ele e a família. Tinha um apartamento para locação e sempre gostou de carros antigos, que deixava na casa da mãe, em uma garagem nos fundos. “Quando minha irmã precisou morar na parte de trás da casa, precisei tirar os carros de lá e percebi que precisava mudar para um imóvel maior e, quem sabe construir uma casa, como eu sempre quis. Já tinha conhecimento sobre o consórcio, suas vantagens, e como ele funciona como uma boa opção para quem quer comprar um imóvel. Comprei em fevereiro e fui contemplado em março, no dia do meu padroeiro, 19 de março. Uma felicidade imensa, estou muito satisfeito”, finaliza.