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Hodômetros adulterados: um pesadelo perto do fim

"Você pode ter dinheiro parado na sua garagem": carro próprio é status ou despesa?/ Foto: Unsplash
Foto: Unsplash Images

No final do ano passado, um homem foi preso na região de Jundiaí por estelionato e crime contra relações de consumo. Ele adulterava hodômetros de veículos usados à venda.

O delegado responsável pela investigação, na época, disse que era difícil mensurar o número de veículos adulterados, mas afirmou que oito lojas estavam sendo investigadas.

A prática de adulteração de hodômetros é mais comum do que imaginamos, porque nem sempre as lojas fazem reduções muito drásticas, e o comprador dificilmente percebe e não tem como checar isso.

A quilometragem excessiva acarreta na desvalorização do veículo. O desgaste das peças fatalmente acarreta em mais problemas mecânicos, mas quando o comprador descobre que o passado do veículo que ele comprou não é tão breve quanto lhe foi dito, já é tarde demais.

Dados da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, dão conta de que 80% dos automóveis comercializados são seminovos. Fontes ligadas ao Instituto de Criminalística, que é responsável pela perícia de sistemas, peças ou componentes veiculares afirmam que diariamente recebem ocorrências solicitando perícia de hodômetros adulterados.

Essa prática coloca o motorista e sua família em risco de vida, pois um carro com 150 mil km rodados, tem vários itens de segurança comprometidos pelo tempo de uso, como suspensão, freios e o próprio motor; enquanto seu hodômetro marca 50 mil km apenas, deixando o motorista despreocupado.

Não há como verificar a autenticidade do hodômetro, e o comprador fica refém de quem está vendendo (que muitas vezes nem sabe se o carro tem mesmo aquela quilometragem), ou – no máximo, procura identificar visualmente algum desgaste maior no veículo que está comprando.

A possibilidade de mudança completa nesse cenário veio com a chegada do DIV Diagnóstico Inteligente Veicular. Uma tecnologia nova, que está sendo testada pelas polícias e já é utilizada pela Polícia Rodoviária Federal desde o ano passado, e é capaz de identificar qualquer adulteração nas peças eletrônicas do veículo.
Conectada ao veículo, a plataforma faz, em poucos minutos, um raio X de todos os módulos desse veículo. Especificamente no caso do hodômetro, cada um dos módulos tem um chip de gravação de quilometragem e essa informação fica distribuída entre eles.

“Quando é feita alguma adulteração no painel, por exemplo ou módulo de injeção, fica difícil de detectar com equipamentos existentes no mercado, ou até mesmo na concessionária, aí vem nosso diferencial! Vamos buscar todas as informações de km que foram gravadas em todos os módulos” afirma Myro Araújo, Diretor Técnico da DIV.

Com a utilização do DIV, todo o cenário de venda de carros usados vai ser mais seguro e transparente. Representará um impacto enorme na redução das fraudes na venda desse segmento.

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