Confira artigo de José Luiz Gomes Nogueira, CTO da DeltaAI
O mercado global de software de IA está em expansão, projetando um crescimento de US$ 13,08 bilhões para US$ 28,43 bilhões até 2031, com uma taxa de crescimento anual composta de 29,54%, de acordo com a consultoria Global Growth Insights. No setor jurídico, a pesquisa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revela que 66% dos tribunais brasileiros já possuem projetos de IA em desenvolvimento. Esses dados indicam uma tendência clara: a adoção da IA é inevitável e está transformando a prática jurídica.
A IA está revolucionando o setor jurídico de várias maneiras. A automação de tarefas repetitivas e administrativas libera os advogados para se concentrarem em atividades mais estratégicas. Ferramentas de IA podem revisar contratos e documentos legais, reduzindo custos em até 99% e diminuindo o tempo de análise em até 95%, segundo estudo comparativo publicado na plataforma arXiv. Além disso, algoritmos inteligentes analisam padrões em decisões anteriores, auxiliando na previsão de resultados de litígios, conforme aponta reportagem da Futurecom. Esses mesmos algoritmos também são capazes de processar grandes volumes de dados, ajudando na prevenção de novos litígios e na tomada de decisões mais informadas.
Uma das principais preocupações é se os advogados perderão seus empregos para a IA. No entanto, a tecnologia não substitui o papel humano, mas complementa a prática jurídica. A IA permite que os profissionais se concentrem em atividades que exigem julgamento e criatividade, áreas onde a intervenção humana é insubstituível. Além disso, a IA oferece resultados mais rápidos e cada vez mais precisos, reduzindo custos operacionais e aumentando a competitividade dos escritórios.
A necessidade de capacitação em IA é urgente. Apenas 5% dos usuários afirmam entender muito sobre IA, enquanto 65% não possuem conhecimento adequado para utilizá-la de forma eficiente, conforme dados do relatório State of Search Brasil 5, da Hedgehog. A educação e o treinamento contínuo são essenciais para que os profissionais do setor jurídico possam integrar a IA de maneira eficiente, garantindo maior competitividade e inovação.
Em síntese, a inteligência artificial já revela seu imenso potencial para transformar a prática jurídica, por meio da automação de processos, análise avançada de dados e suporte à tomada de decisões. A revolução digital é um movimento irreversível, trazendo consigo tanto desafios quanto oportunidades. A adaptação e capacitação contínua são fundamentais para que os profissionais do setor jurídico integrem a IA de forma eficaz, garantindo não apenas maior competitividade, mas também inovação. A evolução das inteligências artificiais pode ser comparada à revolução dos computadores, e em menos de uma década, aqueles que não incorporarem essas tecnologias em suas atividades podem ser vistos como os novos analfabetos digitais. Este é o momento ideal para que gestores e profissionais se dediquem à atualização constante, investindo em ferramentas tecnológicas que complementem e ampliem suas competências, com coragem e visão estratégica.