Orçamento dos bancos para investimentos em tecnologia devem chegar a R$ 45,1 bilhões, segundo a Febraban
A tecnologia é uma grande aliada no que diz respeito ao acesso aos serviços financeiros. Ela permite a melhoria dos atendimentos prestados e assim facilita a vida dos clientes, que cada vez mais estão migrando para o mundo digital e quase já não sabem o que é encarar fila de banco. Atentas a esta realidade, as instituições que atuam no setor estão ampliando o investimento em inovações.
Segundo uma pesquisa divulgada recentemente pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), em parceria com a Deloitte Brasil, o orçamento dos bancos para investimentos em tecnologia no ano de 2023 deve ser 29% superior ao que foi gasto em 2022, chegando a R$ 45,1 bilhões. Em 2022, a aplicação foi de R$ 34,9 bilhões, 18% a mais do que em 2021.
“O aumento de investimentos em novas tecnologias não é apenas uma resposta às ações de fintechs que exploram nichos específicos de oportunidades junto ao mercado de crédito. Trata-se também de manter a competitividade em relação a outras instituições financeiras que têm realizado anualmente grandes investimentos para se manter no mercado”, diz o sócio da Macke Consultoria, André Moro Maieski. A Macke é especialista em viabilizar planos estratégicos e projetos de inovação, modernização e expansão de negócios.
Nos últimos anos, o Banco Central (BC) do Brasil tem fomentado o desenvolvimento tecnológico do mercado financeiro nacional através de diferentes ações, entre elas o PIX e seus serviços relacionados, o Real Digital e o modelo Open Finance. Este último, apontado pela Febraban como sendo de grande prioridade, utiliza tecnologias como APIs (Interface de Programação de Aplicativos) e permite o compartilhamento de informações financeiras entre instituições.
Além disso, segundo André, o mercado financeiro caminha em direção à tokenização, Web 3.0 e múltiplas ferramentas de Inteligência Artificial (IAs) generativas. “Existe uma escalada tecnológica que só tende a aumentar, buscando atender às necessidades de um público consumidor cada vez mais sedento de novidades e instantaneidade. O que se percebe é que, cada vez mais, o cliente deseja o uso intensivo de tecnologia para facilitar sua vida”.
As instituições financeiras contam com um benefício fiscal que vem ao encontro da demanda por investimentos em inovações. Trata-se da Lei do Bem, ou Lei 11.196/05, que ampara bancos e demais organizações do setor, além de outras empresas enquadradas no regime de tributação Lucro Real. “As organizações que realizam investimentos intensivos em tecnologia não conseguem capturar todo o valor com a Lei do Bem devido a limites de abatimento de impostos (como CSLL e IRPJ sobre o lucro) do próprio incentivo. Porém, a boa notícia é que o governo está discutindo na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Congresso alterações que ampliam os auxílios”, reforça o executivo da Macke.
O uso da tecnologia impacta na realidade das instituições financeiras desde a análise de comportamento dos clientes até a avaliação de crédito de forma automatizada, identificando riscos, prevenindo fraudes e aumentando a segurança dos diferentes tipos de transações. A automação diminui o trabalho manual, gerando uma série de benefícios no que diz respeito à produtividade e economia de recursos.