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Incontinência urinária e impotência sexual podem ser tratadas e prevenidas com fisioterapia pélvica

ANS suspende a comercialização de 32 planos de saúde / Foto: Freepik
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Profissionais da área falam como o fortalecimento dos músculos da região promove a qualidade de vida das pessoas

Área da saúde dedicada a estudar o movimento do corpo, a Fisioterapia tem aplicações que vão além do tratamento de problemas ortopédicos e dores crônicas. A incontinência urinária e disfunção sexual, por exemplo, são patologias que podem ser combatidas por meio de exercícios conduzidos por profissionais de fisioterapia, para fortalecer o assoalho pélvico e evitar problemas do tipo na região íntima.

O assoalho pélvico é uma estrutura composta por músculos, ligamentos e tecidos — que sustentam os órgãos da pelve — e que desempenha um papel fundamental em funções vitais, como controle urinário, fecal, função sexual e suporte para órgãos internos. Quando esse sistema enfraquece, uma série de problemas de saúde podem surgir, afetando tanto homens quanto mulheres, conforme aponta Alexandre Fontes, fisioterapeuta da rede AmorSaúde.

“As consequências do enfraquecimento dessa musculatura são prolapso genitais, disfunções amenorreicas e urinárias para mulheres, homens e crianças, algias na pelve, além da disfunção sexual para ambos os sexos”, explica o profissional.

Frente às disfunções, a fisioterapia pélvica desempenha um papel crucial na saúde e no bem-estar de homens e mulheres, oferecendo uma solução eficaz para problemas que podem causar vergonha, ansiedade e depressão, além de permitir que as pessoas recuperem o controle sobre sua saúde e qualidade de vida. “A fisioterapia pélvica é um trabalho de conscientização, de conhecimento do próprio corpo e de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico”, elucida a fisioterapeuta do AmorSaúde, Aline Cristina Soares.

Confira detalhes sobre o tratamento fisioterapêutico para problemas na pélvis:

Tratamento para elas

Para as mulheres, a fisioterapia pélvica é especialmente relevante. Problemas como escape urinário, prolapsos de órgãos pélvicos (como bexiga, reto e uretra), dor durante o sexo e perda de libido são frequentemente associados ao enfraquecimento do assoalho pélvico. Mulheres que passaram por múltiplos partos sem a devida reabilitação, por exemplo, podem ser candidatas a esse tipo de tratamento.

“No ambiento sexual, o desempenho, a questão do prazer e tudo o mais são afetados quando esses músculos estão rígidos demais ou com fibrose por conta de alguma cirurgia de episiotomia, por exemplo, o que influencia até mesmo a falta de libido, porque se a paciente sente dor, ela, consequentemente, não vai ter vontade de ter relação sexual”, fala Aline, que atende na unidade de Maringá.

Existem inúmeros exercícios que ajudam a fortalecer esses músculos, restaurando o controle sobre essas funções e melhorando a qualidade de vida. “Todos os exercícios que trabalham fortalecimento de abdômen e glúteo influenciam na força do assoalho pélvico, porém os exercícios de Kegel são voltados especificamente para esse fim”, exemplifica Aline, que indica também a necessidade do uso de equipamentos, como perinas, laser e biofeedback para avaliar a força e a contração dos músculos do assoalho pélvico.

“Como eu vou saber ou mostrar a essa mulher que ela tem uma ou não contração efetiva? Às vezes é preciso que eu ensine a ela essa consciência por meio do toque. Não é confortável, há o tabu e existem aparelhos que mensuram essa contração ou fraqueza. Então não é só olhar e falar ‘você precisa fazer o fortalecimento’, pois muitas vezes a paciente nem sabe contrair aquela musculatura especificamente”, elucida a profissional.

Tratamento para eles

No caso dos homens, a fisioterapia pélvica também desempenha um papel fundamental. Problemas como prolapso, incontinência fecal e disfunção erétil podem ser abordados e tratados com sucesso por meio dessas técnicas.

“Embora não seja fatal, a incontinência fecal está associada a elevada morbilidade, uma vez que leva à ansiedade e vergonha, assim muitas vezes o paciente não faz nenhum tipo de exercícios, ficando só em seu local de forma sedentária. O tratamento envolve equipe médica, a exemplo do proctologista, que constata a causa e prescreve o tratamento medicamentoso, além de direcionar o paciente para o tratamento com fisioterapeuta especializado na área”, elucida Alexandre, que atende na unidade Campo Limpo, em São Paulo capital.

Os exercícios de Kegel e outras abordagens específicas ajudam a fortalecer esses músculos, restaurando o controle sobre essas funções e melhorando a qualidade de vida.

“O fortalecimento do assoalho pélvico pode levar a ereções mais fortes e duradouras, melhorando a vida sexual masculina de maneira significativa”, explica Aline.

Como é uma sessão de fisioterapia?

Realizar sessões de fisioterapia é um passo crucial na busca pelo bem-estar e pela recuperação da saúde. Em geral, a sessão dura, aproximadamente, 40 minutos, sendo adaptada para cada paciente conforme diagnóstico.

No primeiro encontro com um profissional da área, será feita uma avaliação física detalhada, que servirá como base para o profissional entender a condição e as necessidades do paciente. Além disso, a anamnese é uma parte fundamental desse processo, na qual o fisioterapeuta coleta informações sobre o histórico médico do paciente, sintomas atuais e objetivos de tratamento. Essa troca de informações ajuda a direcionar o plano de cuidados de forma personalizada.

A parte ativa da sessão de fisioterapia envolve exercícios de alongamento e fortalecimento, projetados para melhorar a flexibilidade, a força e a funcionalidade do corpo, dependendo das necessidades individuais do paciente.

A frequência das sessões varia de paciente para paciente, geralmente recomendando-se duas a três vezes por semana, com intervalos de, pelo menos, um dia entre as sessões. “Isso permite que o corpo se adapte ao estímulo e compreenda a diferença entre a contração e o relaxamento dos músculos do assoalho pélvico”, fala Aline.

Outro aspecto importante da sessão de fisioterapia é a manipulação. O fisioterapeuta utiliza técnicas específicas para realizar manipulações em partes do corpo que estão relacionadas ao diagnóstico do paciente. Essas manipulações visam aliviar a dor, reduzir a inflamação e melhorar a mobilidade.

Para muitas pessoas, o tabu em torno desses problemas também pode dificultar o acesso ao tratamento, o que destaca a importância de conscientização e educação sobre a fisioterapia pélvica.

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