A inflação nos Estados Unidos registrou um avanço acima das expectativas em janeiro, indicando que o Federal Reserve (Fed) pode interromper o ciclo de cortes na taxa básica de juros. A avaliação é de Daniel Siluk, diretor global de curta duração e liquidez da Janus Henderson, que destaca que todas as estimativas, tanto atuais quanto futuras, apontam para uma necessidade de juros mais elevados.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), principal indicador da inflação na economia americana, subiu 0,5% em janeiro, um ponto percentual acima da estimativa do mercado. Esse resultado reforça a ideia de que o Fed pode manter uma postura mais conservadora em relação aos juros, ao invés de promover cortes no curto prazo.
Segundo Siluk, a análise dos dados revela um cenário de pressão inflacionária persistente. “Não importa a maneira como o Fed escolha dividir os dados – números gerais, núcleo, supernúcleo – todos vieram acima do esperado. Tanto as estimativas anualizadas de três meses quanto as de seis meses também ficaram mais altas”, afirma o especialista.
Ainda que os primeiros meses do ano costumem sofrer influência de fatores sazonais, Siluk ressalta que o mercado de trabalho permanece sólido e os indicadores econômicos não justificam uma flexibilização monetária neste momento. “Todos os sinais sugerem que a taxa básica de juros neutra deveria ser mais alta”, conclui.
A expectativa do mercado agora se volta para os próximos passos do Fed e a sua capacidade de equilibrar o controle da inflação com a estabilidade econômica. Os investidores acompanham de perto os desdobramentos da política monetária americana e os impactos sobre os mercados globais.