O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa os dados oficiais da inflação no país, teve queda de 0,31% em agosto. A deflação foi menos intensa do que a registrada em julho, que bateu na casa de -0,68%, quando a taxa foi a menor desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 1980. O reflexo dessa oscilação é que a inflação acumula agora alta de 4,39% no ano e de 8,73% em 12 meses. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda segundo pesquisa do IBGE, as passagens aéreas caíram 12,07% no mês de agosto, após quatro meses consecutivos de alta influenciada pelo período de férias de julho. Já no segmento comunicação, a queda foi de 1,10%, com redução de 6,71% nos planos de telefonia fixa e de 2,67% para telefones celulares.
Essa queda dos preços em relação ao mês de julho foi mais uma vez impulsionada pela redução do preço dos combustíveis, além da isenção do ICMS e da recente redução internacional do petróleo. Os cortes da Petrobrás nos preços da gasolina na refinaria também contribuíram para a oscilação negativa.
Para a coordenadora de Análises Econômicas e Contas Regionais do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal, Jéssica Milker, a atual deflação está ajudando a população a recuperar parte do poder de compra perdido nos últimos meses.
“A população acaba se beneficiando deste comportamento dos preços porque fica mais barato se deslocar, ir ao mercado, ao cinema e até viajar. E qualquer dinheirinho que sobra no bolso do brasileiro ele pode usar para adquirir outros bens e serviços. Ou seja, essa deflação está ajudando a recuperar uma parte do poder de compra que ele perdeu nos últimos meses”.
Caixa registra recorde no crédito imobiliário, com R$ 16,6 bilhões em agosto
Apesar da queda de preço entre vilões da inflação dos meses passados, como leite, óleo de soja e tomate, outros itens importantes na mesa do brasileiro ficaram mais caros, como o frango em pedaços, queijo e frutas. Houve aumento de 0,24% em produtos do grupo alimentação e bebidas.
De acordo com o economista e Coordenador de Estudos e Avaliação de Políticas Socieconômicas do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF, Rafael Richter, a queda dos preços de alguns alimentos e bebidas já é algo a se comemorar.
"A nossa inflação de alimentos em agosto veio 0,24%, o que acaba sendo um alívio, a gente já vinha vindo num ciclo de crescimento dos alimentos há algum tempo, alguns itens estavam pesando um pouco mais", avalia. "Então temos essa diminuição nos óleos e gorduras, hortaliças e verduras, tubérculos e legumes, são itens que participam bastante da cesta alimentar do brasileiro que vão poder integrar um pouco mais essas quedas", observa.
Entre as altas, destaque também para o grupo de saúde e dos cuidados pessoais, com aumentos nos preços de 0,17% em agosto. A habitação teve alta de 0,10% e os vestuários, 1,69%.