Confira artigo de Firmino Freitas, CO-CEO da Darwin Seguros, insurtech brasileira que utiliza tecnologia, dados e inteligência artificial para oferecer um seguro autocustomizável, intuitivo e personalizado para cada usuário
O desejo das pessoas em adquirir um carro novo vem crescendo. Segundo o Índice FinanZero de Empréstimo (IFE), em fevereiro deste ano, 30% dos brasileiros afirmaram que gostariam de trocar ou comprar um automóvel nos próximos meses. O número foi para 41% em março e, em abril, subiu para 42%. Isso também se dá por conta do aumento na procura por carros populares: segundo o mesmo levantamento, as pesquisas por esse modelo chegaram a 162% em maio, estimulado pela expectativa de lançamento do programa de incentivos do governo federal.
Com o aumento da frota, o Brasil tem um automóvel para cada 4,4 habitantes. E mesmo assim, conforme dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), apenas 30% da frota conta com seguro. A maior parte desse público nunca conseguiu arcar com os preços do mercado tradicional ou encontrar um produto que faça sentido para as suas necessidades.
Por outro lado, uma pesquisa recente da MindMiners, Plataforma de Human Analytics, traz um retrato sobre a parcela de cidadãos que consomem o seguro auto: dos mil entrevistados, 56% afirmam não ter trocado de companhia de seguros nos últimos três anos; 41% preferem manter parceria com a seguradora que já está acostumado e 56% afirmam não ter trocado de companhia de seguros nos últimos três anos. Já para aqueles entrevistados que trocaram de seguradora, o preço foi o principal motivo para 61%, seguido pela busca de menor valor da franquia (11%) e melhores coberturas (10%).
Nas seguradoras tradicionais o valor do seguro geralmente é calculado pelo modelo/ano do veículo e com base em fatores que variam de acordo com o perfil do motorista, usando uma média. Os principais são: idade e gênero; região declarada de moradia ou circulação; e a classe de bônus. A classe de bônus, que vai de 0 até 10, é um desconto oferecido pelas seguradoras a cada ano na renovação anual caso o segurado não tenha tido um acidente ou “sinistro”. Acreditamos que hoje em dia, com tecnologia, esse não é mais o jeito mais justo de se calcular o preço do seguro, pois o bom motorista só poderá ganhar descontos e pagar um valor justo daqui cinco ou dez anos.
Hoje já existem startups no mercado de seguros, as chamadas insurtech, que resolveram fazer diferente: através de uso de telemetria (tecnologia que permite medição da dirigibilidade, como aceleração e frenagens e da localização de circulação) calculam o valor individualmente, de acordo com o modo como os motoristas dirigem e como se comportam no trânsito, sendo cobrado um valor mais justo. Em outras palavras, dirigiu bem, se expôs a menos riscos? Paga menos.
Com isso, as insurtech conseguem oferecer seguros para pessoas que nunca tiveram seguro (os clientes “bônus 0”) por preços muito mais atrativos que as demais seguradoras. Em 2021 mais de 500 mil brasileiros tiveram o veículo roubado ou furtado, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que corresponde a mais de 36 carros por hora! Isso é assustador! O intuito dessa inovação no mercado de seguros é dar tranquilidade e possibilitar que as pessoas contratem o seguro de automóvel e protejam muitas vezes aquele que é seu principal bem material.
*Firmino Freitas é CO-CEO da Darwin Seguros, insurtech brasileira que utiliza tecnologia, dados e inteligência artificial para oferecer um seguro auto customizável, intuitivo e personalizado para cada usuário. Trabalhou por quase dez anos no mercado de fusões e aquisições, incluindo captação de recursos com fontes alternativas. Foi executivo e sócio da RGS Partners por sete anos, uma das principais boutiques de M&A do Brasil, e diretor de M&A do Grupo BBM Logística por quase dois anos, um dos principais operadores logísticos da América Latina.