Wise acredita que aceleração do mercado está diretamente ligada à centralização do cliente e uso estratégico de inteligência artificial
O mercado das fintechs está em larga expansão e a expectativa é de crescimento contínuo – é o que mostra uma pesquisa global da McKinsey, realizada em 2023 com mais de 100 executivos, fundadores, investidores e lideranças do ecossistema. O levantamento mostrou que as fintechs podem crescer anualmente 15% até 2028 em todo o mundo.
Os dados apontam que, embora haja turbulência, é possível vislumbrar boas novas no horizonte deste mercado. Nos próximos cinco anos, a expectativa é que as fintechs moldem o setor financeiro de maneiras significativas. Ainda segundo a McKinsey, o crescimento é impulsionado pela rápida digitalização, mudanças nas preferências dos clientes e crescente apoio dos investidores e reguladores.
Em julho de 2023, as fintechs de capital aberto representavam uma capitalização de mercado de US$ 550 bilhões — um aumento de duas vezes em relação a 2019. Além disso, no mesmo período, havia mais de 272 unicórnios, com uma avaliação combinada de US$ 936 bilhões.
Yves Berbert, country manager da Wise no Brasil, listou cinco tendências para o ecossistema para os próximos cinco anos:
Inovação constante
As fintechs vão remodelar ainda mais áreas de serviços financeiros com propostas de valor inovadoras, diferenciadas e centradas no cliente, além de modelos de negócios colaborativos e equipes ágeis e com competências cruzadas. Agilidade e foco na experiência do usuário estimulam a concorrência, incentivando instituições financeiras tradicionais a se adaptarem rapidamente às mudanças do mercado. Além disso, parcerias estratégicas entre fintechs e instituições facilitam a integração de tecnologias, impulsionando o desenvolvimento conjunto de soluções disruptivas.
Integração de Inteligência Artificial (IA)
O mercado provavelmente continuará a adotar IA para aprimorar a personalização de serviços, detecção de fraudes e monitoramento de crimes financeiros, análise de dados, aumento da eficiência operacional e tomada de decisões automatizadas.
Open Banking
A tendência, que envolve compartilhamento de dados entre instituições financeiras, permitirá que as fintechs ofereçam uma gama mais ampla de serviços, como agregação de contas, comparação de produtos financeiros e acesso a dados financeiros para análises avançadas. Para o consumidor, um dos benefícios é a possibilidade de ter acesso a todas as suas contas em um só lugar, de maneira automática, completa e segura. Para as instituições, será possível ter acesso a todo o histórico de transações do cliente, ou seja, ficará mais fácil ofertar produtos e serviços personalizados conforme o perfil do usuário.
Inclusão financeira
As fintechs desempenham um papel importante na redução da exclusão financeira, oferecendo serviços acessíveis e personalizados para populações não bancarizadas ou subatendidas. Com a ascensão das fintechs, entre 2017 e 2021, segundo dados do RCF 2021 e da pesquisa Global Findex, a parcela de adultos brasileiros com conta em instituições financeiras chegou a 84%, um crescimento de 14 pontos percentuais no período. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer, principalmente no que tange à transparência como fator impulsionador da inclusão e educação financeira. Ao fornecer informações transparentes e de fácil entendimento sobre estruturas de tarifas, processos e benefícios de um determinado provedor, capacitamos os usuários a tomar decisões conscientes, fortalecendo assim seu poder de escolha e sua participação ativa ao sistema financeiro.
Regulação e conformidade
Ao colaborar estreitamente com reguladores e adotar práticas transparentes, as fintechs contribuem para a construção de um ambiente financeiro mais seguro e regulamentado, promovendo o equilíbrio entre inovação, proteção do consumidor e estabilidade do sistema financeiro. Essa abordagem colaborativa é essencial à medida que a regulação se intensifica para acompanhar o amadurecimento do setor.